domingo, 7 de fevereiro de 2010

Secretário de Transportes


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Eduardo Brito
Do Alto da Torre
Fraga aposta na candidatura a senador
O secretário dos Transportes, Alberto Fraga (foto), começou a ser citado como eventual candidato a governador, depois da tsunami criada pelas investigações da Polícia Federal, no caso, Durval Barbosa. Ele mesmo confessa que nunca viu um terremoto igual. Feitas as contas, porém, acredita que seu projeto de se eleger senador reforçou-se. "As pesquisas demonstram que a população quer mudanças e clamam por nomes novos e limpos", afirma.
Reversão de expectativas
Desde o início do governo – ou melhor, desde que se reelegeu deputado federal em 2006 – Fraga declarou-se candidato ao Senado. Há poucos meses essa candidatura se via ameaçada dentro do próprio DEM, o partido do secretário. É que, ao se firmar uma chapa puro-sangue para governador e vice, ficava difícil o partido ocupar mais um cargo majoritário na coligação. Hoje a situação mudou outra vez.
O erro do DEM
Para Fraga, "ao tentar ser diferente, o DEM optou por fazer julgamentos políticos em vez de jurídicos. Isso só piorou a situação, pois o partido acabou trazendo a crise para dentro dele". Por essa razão, o secretário acredita que nas próximas eleições o DEM sofrerá uma perda significativa de deputados e senadores.
Sem quarto mandato na Câmara
Fraga acha muito improvável que, caso não seja candidato ao Senado, concorra à Câmara dos Deputados outra vez. Afinal, diz, "já estou no terceiro mandato e tenho dez leis aprovadas". Assim, "acredito que já cumpri meu papel na Câmara Federal".
Polarização dará espaço à fragmentação
O secretário não acredita que nas próximas eleições a política brasiliense continuará polarizada – como foi entre Roriz e PT durante tanto tempo. Para ele, haverá uma fragmentação dando oportunidade a novos nomes se destacarem no cenário político do DF. "Inclusive o meu nome está sendo cogitado", lembra ele.
PT e PSDB já enfrentaram problemas iguais
A crise atual, acredita Alberto Fraga, não levará forçosamente a um crescimento político-eleitoral da atual oposição. O secretário lembra que outros partidos, como o PT e o PSDB, também passaram pelos mesmos problemas enfrentados pelo DEM.
Obras serão concluídas, garante secretárioFraga garante que as obras da Secretaria dos Transportes, em especial o VLT, serão completadas. "Lamento, no entanto, o ruído maldoso provocado pelos que tentaram demonstrar que as obras do VLT estavam ameaçadas.  Esses ruídos foram desmentidos pela própria Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), financiadora de parte do projeto, que em nota divulgou que o acordo com o GDF está mantido".
Dois eixos a mais para o trem urbanoNa opinião do secretário, no futuro o VLT será estendido para a Asa Norte ou para a Esplanada dos Ministérios, pois a cidade precisa dos dois eixos de ampliação. Em primeiro plano deve acontecer, porém, na Esplanada dos Ministérios. O trajeto completo partirá do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, passando pela W3 Sul/Norte, Esplanada dos Ministérios e Eixo Monumental e deverá ficar pronto em 2014, ano da Copa do Mundo.
Derrubada de árvores não assusta
Fraga afirma que "de forma alguma" a derrubada de árvores na W3, para passagem do trem urbano, representará um desgaste político muito grande. A maioria das árvores da W3 está doente e caem quando há fortes chuvas, colocando a população em risco, diz ele. "Além disso, vamos retirar cerca de 490 árvores e plantar 1.500, ou seja, três vezes mais que o atual", contabiliza. As novas árvores, asseguram, serão mais adequadas ao clima do Cerrado e proporcionarão sombra.
Para onde ampliar o metrô
De acordo com o secretário dos Transportes, o Metrô do Distrito Federal deve ser ampliado. "Vamos iniciar pela Asa Norte e, no futuro, teremos que avançar para atender outras cidades, entre elas o Núcleo Bandeirante", garante.
Ônibus melhoram uns 70%
Fraga calcula que, até agora, o atual governo conseguiu melhorar o serviço de ônibus no Distrito Federal em  70% do pretendido. "Em menos de três anos de governo substituímos 2.020 ônibus velhos por novos. A idade média da frota, que em janeiro de 2007 era de 14 anos, caiu para três. Temos hoje 950 veículos com acessibilidade universal. Na gestão passada não havia nenhum. Acabamos com as vans irregulares e as substituímos por 450 micro-ônibus novos e licitados. Fizemos também licitações no transporte rural, além de criarmos novas linhas", enumera.
Passagens sem aumento
Um ponto favorável à atual gestão, diz Fraga, é que há três anos Brasília não enfrenta aumento nas passagens. Além disso, diz, "começamos a construir os primeiros corredores exclusivos para ônibus na EPTG, e aumentamos o número de viagens e de linhas em todo o DF assim como  já construímos novos terminais em Brazlândia, Riacho Fundo I e São Sebastião. Em breve vamos começar as obras dos terminais de Ceilândia e Santa Maria e estamos licitando outros nas cidades do Gama, QNR/Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas, Riacho Fundo II e Sobradinho II".
Vans não voltarão
"Uma volta das vans, seria o fim da picada", diz o secretário. Para Fraga, "isso seria o recomeço
da desordem, dos acidentes e do desrespeito aos usuários do transporte coletivo e motoristas".
Agnelo não teme virada de mesa
Já definido candidato do PT ao governo do Distrito Federal, o ex-ministro Agnelo Queiroz conversou com seu antigo rival pela escolha, o deputado Geraldo Magela, e não vê qualquer sentido em uma virada do tabuleiro. Magela disputou a indicação para governador desde o início do ano, mas fechou um acordo às vésperas da eleição interna do PT. Agnelo seria o nome para governador e Magela disputaria o Senado, na condição de candidato preferencial na chapa. "Esse acordo incluiu todas as correntes do partido, tanto assim que a corrente de Magela passou a apoiar o eleito, Roberto Policarpo, e não tem volta", diz Agnelo Queiroz.
Apoio nacional garante acordo
"Mais do que isso, tudo se fez com o acompanhamento e ratificação por parte da direção nacional do PT", completa. Agnelo registrou rumores de que Magela invocaria a mudança de quadro para retornar à luta pela candidatura a governador, mas não acredita sequer que isso seja viável. Conversou com o próprio Magela, sem que se mencionasse a questão. O PT brasiliense, avalia o ex-ministro, está pacificado e apostando agora na eleição de outubro.
Decisão difícil
O PMDB ainda não fixou uma postura a adotar sobre seus filiados envolvidos nas acusações do ex-secretário Durval Barbosa. O mais provável é que espere uma postura da Câmara Legislativa a respeito dos três distritais citados. Crescem, porém, as pressões para que alguma punição seja adotada pela executiva. Nesse caso – o assunto ainda terá de ser muito discutido – a tendência é afastar os filiados que foram flagrados, nos vídeos, recebendo dinheiro.




28/12/2009

Mercado imobiliário do DF já é o 2º maior do país

Correio Braziliense
Diego Amorim
Publicação: 07/02/2010 07:59 Atualização: 07/02/2010 09:09
O mercado imobiliário do Distrito Federal ultrapassou o do Rio de Janeiro e, em 2009, se consolidou como o segundo do país em faturamento e em número de unidades vendidas. Os lançamentos movimentaram R$ 11,7 milhões por dia, um total de R$ 4,3 bilhões no ano. Cerca de 14 mil unidades ganharam o mercado brasiliense. Os números foram divulgados pelo Conselho de Corretores de Imóveis do DF (Creci-DF), com base em levantamento feito entre 10 grandes empresas do setor.

Na capital carioca, o faturamento das empresas com a venda de cerca de 13 mil unidades parou em R$ 3,9 bilhões, segundo estimativa da Ademi-RJ. São Paulo lidera o ranking, com uma previsão de 34 mil unidades comercializadas em 2009. O faturamento não foi divulgado, mas o volume do mercado na maior cidade brasileira tende a ser quatro vezes maior do que o do DF. Salvador e Belo Horizonte se revezam no quarto e quinto lugares.

Diferentemente das capitais que sentiram os efeitos da crise, no DF não pararam a compra de terrenos e a construção de imóveis para atender a demanda - (Kléber Lima/CB/D.A Press )
Diferentemente das capitais que sentiram os efeitos da crise, no DF não pararam a compra de terrenos e a construção de imóveis para atender a demanda
Ao longo do ano passado, o novo cenário era esperado porque Brasília quase não sentiu os efeitos da crise econômica mundial. No Rio, o mercado recuou 20% no primeiro semestre de 2009, em relação ao mesmo período de 2008. Construtoras cancelaram projetos e voltaram atrás na decisão de comprar terrenos, o que afastou investidores. “A crise obrigou as empresas a pisarem no freio e, com isso, acabamos vendendo menos”, explica o presidente do Creci-RJ, Casimiro Vale.

No DF, as empresas mais cautelosas chegaram a adiar lançamentos, mas não desistiram deles. “Eu queria estar em Brasília, principalmente em momentos de crise, quando, mesmo assim, as pessoas não deixam de investir”, comenta Paulo Fabbriani, conselheiro da Ademi do Rio de Janeiro e vice-presidente da incorporadora Carvalho Hosken. Ele pondera que a comparação entre as duas cidades é possível apenas no caso de unidades novas. “O mercado do Rio chega a ser 10 vezes maior se incluirmos o volume de vendas de imóveis usados”, diferencia.

Sem surpresas
Empresários do mercado do DF encaram o segundo lugar como se fosse o primeiro. São Paulo completou 456 anos no mês passado. Brasília faz 50 anos em abril. Os lançamentos em cidades como Samambaia, Gama e Ceilândia, além do fenômeno Noroeste (1), sustentou a expectativa de ultrapassar o Rio em 2009. “De certa forma, não nos surpreende. O DF tem um mercado de muito volume e muita dinâmica”, diz Fernando Maia, diretor da Brookfield Incorporações no Centro-Oeste. Somente a empresa dele faturou R$ 498,3 milhões com vendas no DF.

Tiago comprou um imóvel em Águas Claras e dois outros em Ceilândia - (Leonardo Arruda/Esp. CB/D.A Pres)
Tiago comprou um imóvel em Águas Claras e dois outros em Ceilândia
Existem cerca de 100 construtoras imobiliárias em atuação na capital federal. Animados com a confirmação dos números de faturamento, os donos das empresas traçam metas agressivas para 2010 e reafirmam que apostar em imóveis continua sendo o melhor negócio da cidade. “Não é que somos imunes a oscilações, mas passar o Rio de Janeiro em um ano de incertezas é sinal de que estamos blindados”, avalia o presidente da Ademi-DF, Adalberto Valadão, da Soltec Engenharia. Ele acredita que o DF deve se firmar no segundo lugar nos próximos anos.

O mercado de Brasília cresce, historicamente, a uma velocidade maior do que a dos demais centros urbanos. O salto varia entre 15% e 20% ao ano. “Tomamos a decisão de entrar no mercado de Brasília porque acreditamos no potencial dele. Ver o avanço no volume de vendas é colher os frutos dessa decisão”, afirma Frederico Kessler, diretor da Rossi, empresa paulista que há dois anos se instalou no DF. Para 2010, a empresa prevê seis lançamentos, o dobro do ano passado.

A mudança no ranking deve atrair mais investidores, acreditam os empresários. Em 2009, a valorização dos imóveis no DF foi de 25%, em média. A estimativa é de que cerca de 40% das unidades lançadas foram vendidas para pessoas dispostas a investir. “Esse segundo lugar mostra o vigor do mercado, o que é bom para as empresas e para os investidores”, comenta Dilton Junqueira, diretor da Brasal Incorporações, que faturou R$ 212 milhões em 2009, 138% a mais que em 2008. Este ano, a meta da empresa é lançar pelo menos quatro empreendimentos.

O Noroeste é um caso à parte. Em agosto do ano passado, a Brasal vendeu 95% das unidades do primeiro prédio lançado no futuro bairro ecológico em três dias. A servidora pública Conceição Azevedo, 59 anos, viu o folder do empreendimento, gostou e decidiu investir em um imóvel de três quartos, no sexto andar, de 127 metros quadrados e duas vagas na garagem. Ela pagou R$ 7,8 mil pelo metro quadrado, que hoje custa R$ 8,2 mil — valorização de 5% em seis meses. “Com imóvel, a pessoa nunca perde. O pior que pode acontecer é recuperar o que foi aplicado”, comenta Conceição, que comprou outros dois apartamentos em 2009 para investir.

Com a certeza de que fez bom negócio, o servidor público Tiago Luiz Morais de Assis, 25 anos, conta que também apostou no mercado imobiliário. Comprou três apartamentos, mas não encarou o Noroeste, por ora. “Está muito caro, acho que o retorno pode não ser o que estão esperando”, justifica. Depois de pesquisar preços, o jovem optou por um imóvel em Águas Claras, que deve alugar quando ficar pronto, e dois em Ceilândia. Esses, ele pretende passar adiante antes da entrega da chave e lucrar com a valorização. Em menos de um ano, os imóveis passaram a valer cerca R$ 40 mil a mais, cada um.

1 - Em 2009, foram aprovadas quase 100 projeções no bairro. As empresas lançaram 15 empreendimentos — para este ano, a previsão é de pelo menos mais 25. O preço do metro quadrado está em R$ 8,2 mil. O tamanho das unidades varia de 90 a 200 metros quadrados. Cerca de 80% do que foi lançado já tem dono.

"Enquanto houver a valorização, o mercado se sustenta. Mas quando começar a pairar uma dúvida sobre isso, os investidores poderão perceber que não mais vale a pena"

Aquiles Rocha de Farias, professor do Ibmec em Brasília