sábado, 30 de outubro de 2010

Plano Piloto

Arquiteto ajudou a calcular coordenadas do projeto de eixos e asas de Brasília

30/10/2010 - Correio Braziliense

Por Conceição Freitas

Jayme Zettel era um jovem recém-formado quando foi trabalhar no escritório de Lucio Costa. Ele foi orientado pelo engenheiro Augusto Guimarães Filho

(Foto)
Carioca de descendência russa, Zettel casou-se em Londres com uma brasileira e veio para a capital chefiar a Novacap
Foto Arquivo Pessoal

Era um fim de tarde e o Sol se punha na dobra da Terra, que, naquela época, tinha a imensidão vazia da Lua. Brasília ainda era um risco no papel e trilhas no cerrado. O jovem arquiteto Jayme Zettel desceu do jipe à procura do marco zero, da estaca que demarcava o ponto inicial do surgimento do Plano Piloto, o cruzamento dos dois arcos, o Monumental e o Rodoviário. Ele havia calculado, com ajuda de uma máquina Facit manual, o lugar exato de onde partiriam as asas e os eixos, tarefa feita sob a orientação do engenheiro Augusto Guimarães Filho.

Quando viu a estaca zero, Jayme Zettel explodiu em riso. A gargalhada do carioca, neto de imigrante russo, ressoou no vazio. O arquiteto, então, cumprimentou o pedaço de madeira: “Muito prazer, estaca zero”. Haviam sido “alucinantes” os dias de trabalho para finalmente encontrar o lugar a partir do qual se começaria a construir a capital. (É verdade que, àquela altura, em meados de 1957, já haviam começado as obras do Palácio da Alvorada e o Brasília Palace Hotel, mas o Plano Piloto ainda era apenas folhas de papel).

“Aparentemente, o terreno parecia plano, mas não era. Tínhamos de fazer corte, tira daqui, bota dali, vira o Eixo mais pra cá, desce o Plano, acerta com o lago, ajeitando, virando, para escolher a melhor posição da cidade”, conta Zettel, 79 anos, do Rio de Janeiro, em entrevista por telefone. A descrição do arquiteto sugere uma imagem: a de um Gulliver assentando, com as mãos, o Plano Piloto no solo, procurando o lugar mais adequado para aterrissar a Lilliput de Lucio Costa. “Hoje seria uma bobagem. O computador faria tudo.”

Todos os cálculos eram feitos no escritório de urbanismo no Rio de Janeiro e transmitidos via rádio. Era possível sentir, a mais de 1,5 mil quilômetros de distância, a pressa do presidente da Novacap, Israel Pinheiro, para que as obras começassem logo. “O trator já está aqui esperando, câmbio”, gritavam os de Brasília. “Já está indo, já está indo”, respondiam os do Rio. Geralmente, quem estava na mesa para receber e anotar as coordenadas era o engenheiro Joffre Mozart Parada, “um goiano discreto” que pegava os números e ia para o campo transformá-los em dado concreto. “Joffre colocou Brasília no chão, no sentido da topografia. Ele locou a cidade inteirinha”, diz Zettel. O engenheiro de Goiás morreu em 1976.

Privilégio

(Fotos) 
Imagem dos tempos em que começou a atuar no projeto

O arquiteto carioca costuma dizer que “tirou a sorte grande”. Logo que se formou, foi trabalhar como desenhista no escritório MMM Roberto. E ajudou a desenhar o projeto dos três irmãos para o concurso do Plano Piloto. Quando Maria Elisa Costa, sua ex-colega de faculdade, convidou-o para trabalhar com Lucio Costa, Zettel teve a sensação de ganhador da Mega Sena daquele tempo: “Lucio era ‘o’ cara. Ele e Oscar (Niemeyer)”. Zettel mudou de emprego, mas continuou ligado no mesmo propósito: desenvolver o desenho da nova capital do Brasil. Só que com uma diferença: ele iria participar dos cálculos do projeto vencedor.

Dois anos mais tarde, em 1959, Jayme Zettel deixou os cálculos de Brasília para fazer um estágio de seis meses no London British Council (Londres, Inglaterra), por indicação de Lucio Costa e Oscar Niemeyer. O planejamento das cidades era um tema precioso para os ingleses. Depois da Segunda Guerra Mundial, foi preciso reconstruir Londres. Foi preciso reinventar a cidade, tirar as indústrias do centro, criar as new towns, as novas cidades, as cidades-satélites. Com tudo isso, Zettel poderia imaginar que os londrinos estavam tão entusiasmados com Brasília quanto os brasileiros. Mas não foi bem assim.

O professor do brasileiro, Johnson Marshall, tinha grave crítica ao projeto de Lucio Costa. Ele dizia que o defeito fundamental de Brasília era ser cortada por dois eixos, o que impediria que ela tivessse core, o centro, no jargão da arquitetura e do urbanismo. O jovem Zettel argumentava que a cidade ainda não estava pronta, que a ideia original incluía um conjunto arquitetônico ligando o Conjunto Nacional ao Conic. A circulação se daria por baixo desse complexo de diversões.

Críticas

Os ingleses também criticavam a monumentalidade da Esplanada, à qual atribuíram clara inspiração renascentista (crítica que continua sendo feita até hoje). Jayme Zettel voltava a defender o projeto do mestre. “Eu acho até hoje que é a grande sacada do projeto do doutor Lucio. Quando você chega a Brasília e olha a Esplanada com aquele Congresso ao fundo, você tem uma sensação de que chegou à capital do país.” Nas superquadras, porém, a escala é residencial. Os britânicos também não gostavam da segmentação — comércio/bancos/hospitais/hotéis. “Essa era, eu diria, a crítica mais pertinente. O resto era bobagem.”

Quando acabou o curso intensivo, Jayme Zettel foi convidado a continuar na Europa. Seu professor quis levá-lo para a Universidade de Edimburgo, na Escócia. “Nem pensar. Imagina perder uma chance dessas na vida.” Ele se referia à oportunidade única para sua geração e para muitas outras de participar da construção da capital do seu país. “Fazer uma cidade em três anos é um milagre e raramente as pessoas se dão conta disso. É uma história alucinada.”

De volta a Brasília, casado com uma brasileira que conheceu em Londres, Zettel foi chefiar a Divisão de Urbanismo da Novacap. A cidade já estava inaugurada, mas era preciso “preencher a estrutura óssea”, pôr os prédios no lugar — escolas, bancos, igrejas, comércio. Foi um deus nos acuda de pressões, pedidos e reclamações, especialmente dos evangélicos, que queriam terrenos para seus templos. “Não havia nenhum preconceito nosso, mas a Igreja Católica era uma só e sabia onde precisava de igreja. As evangélicas eram muitas. A cada dia aparecia uma nova igreja.”

O arquiteto da estaca zero ficou em Brasília até o Golpe Militar. Aqui teve dois filhos, Ivan e Ana. Zettel conta que os dois pequenos brasilienses, quando tinham de desenhar cidades e casas, rabiscavam tesourinhas e plantas baixas. Para o pai deles, Brasília foi “um momento de grande inspiração, um momento muito importante da vida brasileira”. Jayme Zettel foi presidente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entre 1992 e1993. No cargo, assinou a Portaria nº 314/92, que regulamentou o tombamento de Brasília. Zettel é hoje o representante brasileiro no grupo de cinco arquitetos que está fazendo a restauração da sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York (EUA), projeto de Le Corbusier e Oscar Niemeyer.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Governo tem quatro dias para terminar obras na EPTG

27/10/2010 - DFTV 2ª Edição

Contagem regressiva: a promessa do GDF é entregar a nova EPTG no próximo domingo (31). Na tarde desta quarta-feira (27), o DFTV visitou a via e constatou que as obras parecem longe do fim.

O prazo está acabando e a Estrada Parque Taguatinga-Guará é um grande canteiro de obras. Parte da via ainda não tem faixas pintadas na pista e há poucos pontos de ônibus. Os postes estão sem luz, e há cabos de energia expostos no chão. No canteiro central, há muita terra e o sistema de escoamento acumula água da chuva. “Não tem a mínima condição de ficar pronta”, avalia um motorista. 

Um trecho da via ainda nem foi aberto aos carros, mas já apresenta problemas causados pela chuva. Sem grama, a terra da encosta começa a erodir, o que pode prejudicar o asfalto. Imagens feitas na EPTG na noite desta terça-feira (26) mostram a pista completamente alagada na altura do viaduto Israel Pinheiro. Os motoristas que se arriscaram tiveram que passar bem devagar. Os vizinhos dizem que a cena se repete a cada chuva forte. 

Hoje de tarde, a falta de sinalização provocou mais um acidente. A motorista se confundiu com as placas e acabou atingindo os blocos de concreto. “Está bem arriscado trafegar, principalmente de noite”, conta um motorista. 

A passarela de pedestres já está pronta, mas ainda não foi aberta ao público. Mesmo assim, alguns se arriscam nela. Outros, enfrentam os carros em alta velocidade. 

O gerente da obra, Samuel Dias, diz que até domingo a EPTG estará pronta no prazo, faltando apenas finalizar alguns detalhes, que serão feitos em novembro e dezembro. 

Luísa Doyle / Márcio Muniz

Duas casas são derrubadas em condomínio irregular no Altiplano Leste

26/10/2010 - Correio Braziliense  - Mariana Sacramento

Duas casas de um condomínio irregular na região do Altiplano Leste, no Paranoá, acabaram reduzidas a escombros na manhã desta terça-feira (26/10). Segundo a Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), o Privê Morada Sul ocupa uma área pública, além de invadir parte do Parque de Uso Múltiplo das Esculturas. Uma das residências derrubadas estava dentro da reserva ecológica.

Saiba mais...De um dia para o outro, casas foram construídas em reserva ecológica"Existe uma decisão judicial que proíbe qualquer construção na área, sob pena de desobediência e desacato", disse o diretor de operações da Agefis Alexandre Naves. Outras seis casas que ficam na área do Altiplano Leste devem ser derrubadas em breve. Elas também estavam na lista da ação de hoje, mas, devido à chuva, a Agefis não pode concluir o serviço. Participaram da derrubada equipes da Subsecretaria de Defesa do Solo e da Água (Sudesa), da Polícia Militar e da Terracap.

Um dos proprietários de uma das casas derrubadas esta manhã disse que a Agefis não levou ordem oficial para a ação. Alguns condôminos se sentiram prejudicados e afirmaram que vão acionar o Ministério Público. Segundo eles, o local está em processo de regularização.

A instalação do Parque de Uso Múltiplo das Esculturas é uma reivindicação da comunidade. Mas, segundo o síndico do Privê Morada Sul, eles têm a posse do terreno desde 2000. "Essa área está dentro do condomínio. Inclusive, é a única que não pertence à Terracap, com posse reconhecida na justiça", reclamou. 

O que diz a Lei

O Decreto n° 28.516, de 07 de dezembro de 2007, criou o Parque de Uso Múltiplo das Esculturas, situado no Paranoá. Assinado pelo então governador José Roberto Arruda, o texto determina a área total do parque em 61.004,00m², com perímetro de 1.437,71m. A norma afirma que a implantação é responsabilidade da Terracap. Além disso, dá as coordenadas do lugar e explica as finalidades do parque, que, segundo o texto, será coordenado pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram), pela Administração Regional de Paranoá e pela Secretaria de Estado de Cultura do DF. Entre os objetivos, estão a promoção e a recuperação de áreas degradadas e plantio de espécies nativas do cerrado, o desenvolvimento da educação ambiental e da educação artística e o desenvolvimento de programas de observação ecológica e de pesquisas.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

Oito faixas da via expressa da EPTG serão liberadas nesta terça-feira

25/10/2010 - Correio Braziliense

As faixas da via expressa do viaduto de Águas Claras, na Estrada Parque Taguatinga (EPTG), nos sentidos Plano-Piloto/Taguatinga e Taguatinga/Plano Piloto serão liberadas nesta terça-feira (26/10). No total, são oito faixas de rolamento. Ainda restam ser liberados três viadutos.

Na última sexta-feira (22), a Secretaria de Transporte liberou as quatro faixas do viaduto do SIA na EPTG (sentido Plano Piloto/Taguatinga). Na última terça-feira (19), foram liberadas três faixas do mesmo viaduto, no sentido Taguatinga/Plano Piloto.

De acordo com a secretaria, a quarta faixa, que é a do corredor exclusivo para ônibus, ficará pronta nesta semana. Os motoristas devem ter cuidado ao passar no trecho, pois há faixas de pedestres nos dois sentidos. Após a conclusão das vias, viadutos e passarelas, as faixas serão retiradas.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/25/cidades,i=219886/OITO+FAIXAS+DA+VIA+EXPRESSA+DA+EPTG+SERAO+LIBERADAS+NESTA+TERCA+FEIRA.shtml






http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/10/25/cidades,i=219886/OITO+FAIXAS+DA+VIA+EXPRESSA+DA+EPTG+SERAO+LIBERADAS+NESTA+TERCA+FEIRA.shtml

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Samambaia comemora 21 anos

25/10/2010 - DFTV 2ª Edição 

Com 180 mil habitantes, cidade é uma das que mais cresce no DF e se esforça para ter galeria de arte a céu aberto. Como presente, Samambaia ganhou um monumento chamado “encontro”.

O monumento faz parte de um projeto do artista plástico Elton Skartazini, que mora em Samambaia desde a inauguração, em 1989. A peça inaugurada hoje já é a sexta instalada nos balões de Samambaia. As obras buscam incentivar o desenvolvimento cultural, artístico e esportivo. 

Samambaia ganhou também mais um campo de futebol, o terceiro da cidade. Ele é de grama sintética e atende aos moradores da QR 311.

Obras irregulares desafiam fiscalização no Altiplano Leste

25/10/2010 - Bom Dia DF

De um dia para o outro, casas vão sendo erguidas em terrenos públicos. Vizinhos também reclamam de um condomínio, mas síndico diz que local está sendo regularizado.

Quem mora perto do Altiplano Leste diz que um terreno da região está cercado há mais de um ano. Nos últimos meses, o cerrado foi sendo tomado por postes, pontos de energia e saídas de água. Os lotes estão demarcados e numerados. 

“Eu moro aqui há muito tempo e sempre teve essa procura para cercar essa área, mas, no período eleitoral, intensificou muito.”, conta o morador Marcelo Nunes. O antigo campo de futebol virou parte do loteamento. Uma casa foi construída há algum tempo. Já os barracos e parte da cerca são recentes. 

A equipe de reportagem do Bom Dia DF tentou conversar com o vigia que estava no lugar. Ele apenas disse que foi contratado por uma empresa, mas não deu detalhes. 

Os moradores da região denunciam: para driblar a fiscalização, as construções são feitas rapidamente, de forma clandestina. Uma casa, por exemplo, teria sido erguida da noite para o dia. 

“Começou a chegar material por volta das 17h. Às 21h, já estava começando a ser erguida a casa. Ás 2h, já havia uma operação de filme, chegando caminhão, material, holofote. Um monte de gente trabalhava, com entre e sai muito grande de caminhão. Hoje de manhã já está aí a casa, com telhado, rebocada e com muro”, relata o morador Maurício Júnior. 

O pior, alegam moradores do Altiplano Leste, é que parte do loteamento está numa área de parque: o Parque das Esculturas, criado por decreto em 2007. “A destinação dessa área é para o futuro da nossa sociedade aqui do Altiplano Leste”, defende o morador Renato Bormann. 

O síndico do condomínio Privê Morada Sul - Etapa C, Ivan Zelaya, diz que não há grilagem de terra. Ele admite que parte dos 860 lotes está em terra pública, mas quem comprou não sabia e paga IPTU. 

“Esses lotes estão cadastrados há quatro anos. Se eles não tivessem demarcação, não poderiam ser cadastrados. Ocorre que a gente tem que dar manutenção e mandamos pintar os piquetes para ficarem mais visível. Mas os lotes já existem, como eu disse, há dez anos. 
As pessoas estão aqui de boa fé, pagando IPTU e acreditando na regularização”, afirma Ivan. 

O diretor da Terracap, Luís Antônio Reis, afirma que o condomínio está em fase de regularização./ por ser área pública, os lotes vão ter de ser comprados do governo. “Se a pessoa comprar hoje, acho que está entrando numa canoa furada. Não tem menor possibilidade depois de ele regularizar essa área”, ressalta o diretor da Terracap. 

Já o parque não poderá ser ocupado. “A área onde está o Parque das Esculturas não poderá ser um condomínio, ela será um parque, que um dia será implantado pelo Distrito Federal”, alerta Luís Antônio Reis. 

O diretor da Terracap disse também que as casas erguidas naquela área vão ser derrubadas. Quem for pego construindo vai ser multado. 

Rita Yoshimine / Emerson Soares

domingo, 24 de outubro de 2010

Plano Piloto Original

Lúcio Costa

Licitação do Noroeste está marcada para esta terça-feira

24/10/2010 - Correio Braziliense - Josie Jeronimo

Terracap decide não acatar recomendação do Ministério Público e anuncia que vai incluir 21 lotes comerciais do novo bairro na licitação desta terça-feira. Decisão se sustenta em parecer da procuradoria jurídica da empresa

A Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) reconsiderou a decisão de tirar os 21 terrenos comerciais do Setor Noroeste da licitação marcada para esta terça-feira. Em reunião realizada no fim da tarde de sexta-feira, a empresa pública recebeu parecer de sua procuradoria jurídica informando que apesar de o enquadramento dos lotes ser questionado na Justiça, não há impedimentos legais para a venda dos terrenos localizados nas quadras CNRW 510, 511, 710 e 711. Depois da reunião, a companhia decidiu enviar novo ofício ao Ministério Público do Distrito Federal revogando documento encaminhado no dia 19 deste mês, assinado pelo presidente da Terracap, Dalmo Alexandre Costa. O primeiro ofício acatava a recomendação da Promotoria de Defesa de Ordem Urbanística que pediu a retirada das unidades do Noroeste da licitação.

Somente amanhã, o MP será notificado do não acatamento da recomendação feita. “Ele (Dalmo Alexandre) voltou atrás porque a procuradoria entendeu que não há fundamento para a retirada dos lotes. Decidiu mandar outro ofício”, explica o diretor técnico da Terracap, Luís Antônio Reis. Segundo o diretor, da lista de recomendações do MP, apenas o item que trata da suspensão da venda dos terrenos do Noroeste será desconsiderada pela empresa. “A Terracap acata algumas recomendações e as outras não.”

A contestação da legalidade dos terrenos que deram origem a quadras de final 10 e 11 no novo bairro está sendo analisada pela Vara do Meio Ambiente Desenvolvimento Urbano e Fundiário do Distrito Federal. O MP entrou em maio deste ano com ação civil pública questionando o desenho previsto para o Noroeste. Promotores que compararam plantas do projeto Brasília Revisitada — que tem a definição das manchas urbanas propostas por Lucio Costa — com a área a ser ocupada pelo novo bairro alegam que o empreendimento ultrapassa os limites previstos nas diretrizes de expansão do Plano Piloto.

A liminar do MP, no entanto, não foi acatada. Os promotores que atuam no caso entraram com outros dois recursos, mas até agora não conseguiram vitória na Justiça para suspensão da obra. Quando receber na segunda-feira o comunicado da Terracap sobre o não cumprimento da recomendação de interromper a venda dos lotes, o Ministério Público pode ingressar com novo recurso, mas a ação não deve ser analisada antes da licitação. “Eles podem entrar com alguma medida judicial. Mas até agora não tiveram sucesso”, resume a chefe do núcleo de contencioso da Terracap, Thaís de Andrade Moreira Rodrigues.

O diretor técnico da empresa pública informa que não há nenhuma pendência judicial que prejudique a venda dos terrenos e afirma que a companhia cumpriu determinação de divulgar, por meio de publicidade institucional e dados contidos no edital de licitação, as ressalvas dos lotes em questão. “A Terracap entende que o processo de aprovação do bairro Noroeste foi perfeito. O bairro é licenciado, os lotes estão registrados e uma ação proposta pelo MP para suspender as obras não obteve sucesso. Não existe fundamento jurídico que impeça a Terracap de realizar a vende. Reconhecemos que a recomendação do MP é legítima, mas a decisão da Terracap em vender também é legítima”, argumenta Luís Antônio Reis.

Vestígios da pré-história na região do Entorno do DF

24/10/2010 - Correio Braziliense - Leilane Menezes, Renato Alves

Embora de colonização recente, a região do Entorno do DF é marcada por locais onde há nítidas provas de que o homem já habitava as proximidades há mais de 10 mil anos

Pinturas rupestres econtradas nas grutas da Fazenda Toca da Onça: pesquisadores acreditam que o homem tenha feito com um tipo de pincel especial e com os dedos
Um passeio pelo Entorno do Distrito Federal pode revelar um pouco mais sobre a evolução da humanidade. A região guarda verdadeiras relíquias ignoradas pela maior parte da população. São sinais da presença do homem pré-histórico, à disposição de qualquer interessado em descobrir como ele vivia. Há pontas de lanças, machadinhas e uma infinidade de outros instrumentos fabricados há até 12 mil anos. Estão enterrados ou jogados no meio do caminho, como se não tivessem valor.
As lembranças dos primeiros seres humanos que habitaram o Planalto Central escondem-se em pelo menos 29 grutas da região, catalogadas por historiadores. O Correio percorreu alguns pontos e encontrou contrastes. Beleza e também degradação e abandono.

Em alguns locais, como na Toca da Onça, em Formosa (GO), a 80km do Plano Piloto, os homens das cavernas deixaram também pinturas rupestres. Pesquisadores acreditam que eles tenham usado um tipo de pincel feito especialmente para esse fim e os próprios dedos. Os desenhos mostram animais, retratos rústicos do ser humano e representações do céu, além de muitos outros símbolos ainda não desvendados. Os tons variam do alaranjado ao vermelho, com traços em preto.

A nitidez das imagens — feitas há, no mínimo, 10 mil anos — impressiona. No teto da caverna, é possível ver desenhos de pés achatados, sem a curva lateral com a qual o homem atual está acostumado. Alguns têm quatro dedos; outros, seis ou cinco. À primeira vista, o visitante se pergunta: como aqueles pés foram parar ali, tão alto? Habilidades do homem da caverna.

O dono da Fazenda Toca da Onça é Herculano Lêdo Filho, 65 anos, nascido em Formosa. Comprou o terreno há 20 anos. Desde então, mantém as porteiras sempre fechadas, para controlar o acesso. “Visita aqui, só acompanhada. O pessoal vem, vê as pinturas, faz rapel. Mas sem depredar”, afirmou. Ainda assim, o homem deixa seu rastro de destruição. Mesmo diante da tentativa de preservar o meio ambiente e a história, alguns vândalos picham o próprio nome ou arrancam pedaços da caverna.

Riqueza
O Sítio Arqueológico do Bisnau, também próximo a Formosa, não escapou da ação do ser humano. Ali, os primeiros habitantes esculpiram símbolos em um tipo de rocha frágil, chamada de arenito. As gravuras em baixo-relevo são classificadas como petroglifos pelos cientistas. Alguns dos poucos turistas que visitam o Bisnau não ajudam a preservá-las. Para aumentar a visibilidade do desenho, eles riscam o baixo-relevo com giz, tinta e outras pedras. Técnica desnecessária, pois a própria natureza dá destaque à obra pré-histórica.

A natureza, aliada à falta de intervenções humanas positivas, também contribui para a destruição. Enxurradas fortes que descem sobre o paredão arrancam finas camadas de rocha. Plantas crescem em meio à tela rochosa e escondem os desenhos. Recentemente foi instalada uma cerca em volta do paredão. Mas, até dois anos atrás, sem barreiras, o gado pisava nas gravuras e deformava o relevo.

Para conhecer as preciosidades de Bisnau, é preciso passar por algumas fazendas. O dono de uma delas, Gilberto Thomé, 59 anos, não consegue impedir a entrada de visitantes mal intencionados. “Só existe uma entrada para essa região. Aqui dentro tem outras fazendas, por isso não posso trancar a porteira sempre que quero. Fico muito indignado quando alguns grupos de turistas aparecem, fazem a maior bagunça e vão embora. Eles deixam latas, garrafas e estragam o baixo-relevo”, reclamou.

Por outro lado, há quem venha de fora do Brasil para conhecer a riqueza histórica de Bisnau. Gilberto recebe frequentemente a visita de geólogos africanos e franceses, por exemplo, interessados em desvendar os segredos daqueles símbolos. “Quando chegam aqui, ficam impressionados. Dizem que viram as mesmas figuras na África, o que é muito intrigante. Um francês me disse que já viu esses desenhos, só que feitos por homens da região do Pacífico”, relatou Gilberto, o guardião do Bisnau.

Desde o fim do século 19, quatro expedições científicas visitaram as grutas e sítios arqueológicos de Formosa. A maior contribuição foi dada por arqueólogos goianos e cariocas integrantes do Projeto Bacia do Paranã, da Universidade Federal de Goiás (UFG). Por dois anos, na década de 1970, eles exploraram as cavernas da bacia hidrográfica do Rio Paranã. O resultado do trabalho deu origem à publicação de um relatório detalhado sobre a fase pré-cerâmica e de arte rupestre do Planalto Central, em 1977. O DF também tem sítios arqueológicos, espalhados por Taguatinga e Gama.

Levantamento
A Superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Goiás concluiu recentemente o primeiro mapeamento dos 1.555 sítios arqueológicos do estado. Todos os dados coletados estarão em um banco de dados digital. Como os de Formosa, a maioria dos sítios do estado vizinho do DF se mantém exposta ao vandalismo e desconhecida da população.

No levantamento, ficou clara a falta de informações precisas sobre os sítios arqueológicos goianos. Até então, dos mais de 1,5 mil registrados, apenas 382 estavam georreferenciados. Agora, 799 têm a localização exata. Os outros 756 trazem meras referências, como “dentro da fazenda” de alguém, “após a porteira”, “em uma mata”.

“Alguns desse sítios já não existem mais, estão embaixo de hidrelétricas, por exemplo. Em outros, faremos o georreferenciamento usando equipamentos bem mais modernos que os do tempo em que os sítios foram descobertos”, explica a arqueóloga Ellen Carvalho, do Iphan de Goiás.

O trabalho também servirá para saber o estado de preservação dos sítios e quais estão em condições de ser abertos à visitação pública. “Todas as informações fazem parte de um plano maior, nacional, de popularização dos sítios arqueológicos. Agora, precisamos definir quais podem ser visitados e quais não podem, de forma alguma, receber visitantes, por causa da fragilidade”, observou Ellen Carvalho.

Como chegar

» Sítio do Bisnau 
Entrada no Km 46 da BR-020, 45km após Formosa. Depois de deixar a rodovia, siga de carro por uma trilha de terra. São cerca de 5km até a pedra. Também há uma cachoeira no local. É preciso agendar horário com o dono da fazenda, Gilberto, antes de visitar. Preço: R$ 5. Informações: 6958-3889.

Toca da onça

Pegue a GO-116, em direção ao Salto do Itiquira. Ande 2km pela rodovia asfaltada e entre no primeiro acesso à direita. São 7km até a porteira da Fazenda Pedra, onde ficam as grutas. Para informações sobre guias turísticos e agendamento de visita, ligue para 3631- 4478. Preço da visita: R$ 10 por pessoa.

Para ler

História da terra do homem no Planalto Central — Eco-história do Distrito Federal, do indígena ao colonizador, de Paulo Bertran. Editora Verano, 2000, 270 páginas.

Para saber mais

Os sítios arqueológicos

Um sítio arqueológico é onde os homens que viveram antes do início da nossa civilização deixaram alguns vestígios de suas atividades: uma ferramenta de pedra lascada, uma pintura ou até a simples marca de seus passos. A arqueologia, ciência que estuda os costumes dos povos antigos, começou no Brasil em 1834. Nessa época, o dinamarquês Peter Lund (1801-1880) escavou as grutas da Lapa Velha, em Lagoa Santa (MG). Lá, foram encontrados ossos humanos misturados com restos animais de 20 mil anos. Há cerca de 20 mil sítios arqueológicos espalhados pelo Brasil. Poucos têm a proteção do governo.

Coordenadas

» Fazer o georreferenciamento de uma imagem ou um mapa ou de qualquer outra forma de informação geográfica é tornar suas coordenadas conhecidas num dado sistema de referência. Esse processo começa com a obtenção das coordenadas de pontos da imagem ou do mapa a serem georreferenciados, conhecidos como pontos de controle. Os pontos de controle são locais que oferecem uma feição física perfeitamente identificável, tais como intersecções de estradas e de rios, represas, pistas de aeroportos, entre outros.

sábado, 23 de outubro de 2010

Compradores aguardam a entrega da casa própria

23/10/2010 - DFTV 1ª Edição

Famílias aguardam há meses a liberação dos imóveis no novo bairro Jardins Mangueiral. A ocupação das unidades está suspensa por suspeita de irregularidades na distribuição de lotes.

A autônoma Vera Lúcia Fernandes pagou no início deste ano a entrada de uma casa de 70 metros quadrados no novo bairro Jardins Mangueiral. Ela esperava receber as chaves em junho. As caixas da mudança e parte dos móveis novos estão na casa da sogra, a espera era para ser passageira. 

“Estou morando na casa da minha sogra, desde o início do ano. Minhas coisas estão todas embaladas, tudo dentro de caixa e encaixotada. Os móveis novos que eu comprei tudo na embalagem. E é assim que eu estou vivendo”, desabafa. 

Vera sempre acompanhou o andamento da obra pela internet, que informa que casa está pronta desde setembro. Mas por recomendação do Ministério Público, que descobriu fraudes na distribuição de lotes, e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional (Codhab) não pode entregar o imóvel. 

O novo bairro tem localização privilegiada, entre o Jardim Botânico e São Sebastião e deve receber cerca de 30 mil moradores. O projeto prevê a construção de oito mil casas e apartamentos numa área de 200 hectares. 

A Codhab informou que não pode entregar as unidades prontas até concluir se houve irregularidades na escolha das famílias beneficiadas. De acordo com a assessoria da companhia, até o momento, nenhuma fraude foi descoberta. 

Uma força-tarefa terá mais 30 dias para analisar os processos das 420 famílias beneficiadas, entre elas a da autônoma Vera que, por enquanto, só vai poder ver a sua casa de longe. 

Albert Steinberger / Manoel Lenaldo

Besouro força derrubada de árvores na quadra 216 da Asa Norte

23/10/2010 - Correio Braziliense 

O inseto se aloja entre a raiz e o caule da árvore. As larvas se alimentam do interior da planta, deixando-a oca e frágil

Moradores da 216 Norte dividem opiniões sobre a retirada de 14 mongubas que propiciavam sombra em uma área verde em frente ao bloco I da quadra. As árvores, infestadas pelo besouro Euchroma gigantea, foram cortadas semana passada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). Mais de 1,5 mil exemplares da espécie deixaram de fazer parte da vegetação da capital, desde que a companhia identificou o risco eminente de queda das árvores condenadas pelo inseto. Ainda restam 800 unidades infestadas. Está prevista para hoje a retirada de mongubas da W3 Norte.

A estudante Ângela Figueiredo, 37 anos, moradora da bloco I não gostou de ver o espaço em frente ao seu prédio, antes tomado pelo verde, vazio. “A gente perdeu a sombra e o ar puro. Brasília já é tão seca, ainda vão cortar árvores?”, questionou. Para ela, a vegetação abundante próxima de seu apartamento amenizava o clima árido da capital da República. “Acho isso errado. Não deveriam cortar ”, reforça.

O analista Paulo Roberto Farias, 59 anos, discorda da vizinha. “Quem reclama é porque não sabe o motivo da retirada. Essas árvores podem tombar a qualquer momento, podendo acertar carros ou até mesmo pessoas”, explica ele, apontando para os besouros , responsáveis pela queda das árvores. “Se elas estão com problemas têm que ser cortadas sim, traz segurança para nós moradores. Se uma árvore dessas cair, ninguém vai querer assumir a culpa. Mas alguém tem que assumir”, acrescenta a funcionária pública Maria Betânia Maia, 57 anos, também moradora do bloco I.

O chefe do Departamento de Parques e Jardim (DPJ) da Novacap , Rômulo Ervilha explica que o inseto Euchroma gigantea, chamado popularmente de broca, penetra na base da monguba e põe seus ovos entre o caule e a raiz da planta. As larvas do besouro, que chegam a medir até 15cm, se alimentam do interior da vegetação, deixando-a oca. “Muitas vezes a árvore não apresenta sintomas externos, mas está comprometida e pode cair com uma ventania ou até mesmo com um empurrão de uma pessoa”, afirma Rômulo.

Queda

O trabalho na 216 Norte ainda não acabou. Segundo Rômulo, ao todo, 30 exemplares comprometidos devem ser retirados do setor residencial. A Novacap foi acionada depois que uma monguba caiu na entrada da quadra em 10 de setembro. “Por pouco a árvore não atingiu uma moradora que passava de carro. Quando ela caiu, coloquei as mãos na cabeça. Foi um susto muito grande. Ver uma planta dessas ser cortada dói o coração, mas se é para evitar um desastre, acho melhor”, comenta a porteira Valdivina Pereira da Trindade, 57 anos, que assistiu semana passada ao trabalho dos funcionários da Novacap.

O chefe do DPJ, Rômulo Ervilha, conta que de cada três árvores que caem no DF, uma é monguba. “O número tem diminuído porque estamos tirando. A queda de uma planta dessas pode até matar alguém. Para cortá-la precisamos de um laudo técnico de um engenheiro florestal que confirme a condenação da árvore”, explicou. Segundo Rômulo, não há uma forma de combater ou controlar a praga que ataca as mongubas. “Além disso, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu o uso de produtos agrotóxicos em área urbana”, completa. No lugar da espécie exótica (veja Para saber mais), a Novacap tem colocado plantas nativas do cerrado.

O que diz a lei

Segundo o Decreto nº 14.783/93, a decisão de cortar e erradicar árvores — não tombadas — nas áreas urbanas e verdes do Distrito Federal caberá à Novacap. O parecer pode ser concedido mediante: o comprometimento fitossanitário da planta; ameaça de queda iminente; interferência nas redes aéreas e subterrâneas de serviços públicos; comprometimento à saúde da população - devidamente comprovado por parecer médico e risco à integridade de edificações públicas e privadas.

PARA SABER MAIS

Importada da Amazônia

Originária da Floresta Amazônica, a monguba foi trazida para Brasília no início do programa de arborização da cidade. A planta ficou conhecida como monguba ou munguba, mas em outros lugares também pode ser chamada de paineira-de-cuba e castanhola. A espécie de grande porte e copa arredondada é considerada rústica, principalmente pela densidade da folhagem verde-escura. Na fase adulta, pode alcançar até 30m de altura. Os frutos lembram o cacau.


sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Viaduto na EPTG será liberado na tarde desta sexta

22/10/2010 - Correio Braziliense

Um alívio para os motoristas que trafegam pela Estrada Parque Taguatinga (EPTG). A Secretaria de Transpoertes do Distrito Federal (STDF) informou que, na tarde desta sexta-feira (22/10), o viaduto localizado na altura do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) será liberado no sentido Plano Piloto-Taguatinga. Todas as quatro faixas da pista estarão livres para o tráfego.

Na última terça-feira (19/10), três faixas do mesmo viaduto no sentido Taguatinga-Plano Piloto também foram liberadas. A quarta faixa é exclusica para ônibus e, de acordo com a assessoria de imprensa da secretaria, será liberada na próxima semana, quando a concretação for finalizada. Além disso, a STDF pede atenção aos motoristas, pois nesse trecho da EPTG há faixas de pedestres pintadas nos dois sentidos, e enquanto passarelas não forem constuídas e as vias finalizadas, elas permanecerão como ferramenta para auxiliar a travessia dos pdestres.


quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Novo viaduto do SIA será liberado nesta sexta-feira

21/10/2010 - GDF



Quatro faixas da obra, na EPTG (sentido Plano Piloto/Taguatinga), serão abertas ao tráfego na parte da tarde. Na última terça-feira (19), foram liberadas três faixas do mesmo viaduto, no sentido Taguatinga/Plano Piloto

A Secretaria de Transportes vai liberar nesta sexta-feira (22), no período da tarde, as quatro faixas do viaduto do SIA na EPTG (sentido Plano Piloto/Taguatinga). Na última terça-feira (19), foram liberadas três faixas do mesmo viaduto, no sentido Taguatinga/Plano Piloto. 

A quarta faixa, que é a do corredor exclusivo para ônibus, está sendo concretada e ficará pronta na semana que vem. Os motoristas devem ter cuidado ao passar no trecho, pois há faixas de pedestres nos dois sentidos. Após a conclusão das vias, viadutos e passarelas, as faixas serão retiradas.

Ascom - Secretaria de Transportes

Rossi elege região de Brasília para seu maior projeto

21/10/2010 - Valor Econômico

Aproveitando a explosão imobiliária do Distrito Federal e redondezas, a Rossi vai fazer o maior lançamento de sua história em número de unidades. A companhia planeja um novo bairro popular na cidade de Valparaíso de Goiás, com 4 mil unidades. Ao todo serão 20 fases, lançadas ao longo de sete anos e a empresa montará uma fábrica de pré-fabricados no próprio terreno para abastecer o projeto.

A empresa comprou um antigo loteamento, que fica em um terreno de 300 mil metros quadrados, e reaprovou o projeto na prefeitura - são dez condomínios com prédios de quatro andares e um VGV total de R$ 420 milhões. A Rossi fez parceria com a construtora Luner. Para que o projeto pudesse ser viável, a companhia assumiu o custo de criar uma estação de tratamento de esgoto para 36 mil habitantes. Empreendimentos desse porte em cidades pequenas geralmente têm problemas de aprovação por conta da falta de infraestrutura.

Os apartamentos vão custar, no máximo, R$ 100 mil e, portanto, estão dentro do Minha Casa, Minha Vida. "Há forte demanda no Centro-Oeste por habitações populares", diz Frederico Kessler, diretor regional da Rossi. "São pessoas que trabalham em Brasília, mas não conseguem morar lá, nem nas cidades-satélite", diz o executivo. O mercado do Distrito Federal está muito aquecido por conta da escassez de espaços no plano piloto, onde o metro quadrado está acima de R$ 10 mil. Em cidades próximas, como Águas Claras, os preços quintuplicaram em seis anos.

Valparaíso de Goiás possui cerca de 130 mil habitantes e é um dos 27 municípios da região metropolitana de Brasília - fica próximo da divisa entre o Distrito Federal e Goiás, a cerca de 35 quilômetros da rodoviária de Brasília.

Diferente dos loteamentos populares, os bairros planejados para classes baixas (com as casas ou apartamentos já prontos) se multiplicaram nos últimos dois anos. Mas o Brasil ainda não tem tradição em empreendimentos com mais de duas mil unidades, muito comuns no México. Será um teste para a Rossi, que já tem outros quatro bairros populares planejados, todos menores.

Outras empresas apostam no segmento. A Bairro Novo, da Odebrecht, nasceu com esse conceito. A Rodobens também atua dessa forma no interior. A Cury, parceira da Cyrela, tem um projeto na Zona Leste de São Paulo.

Ontem à noite, a Rossi apresentou os resultados operacionais e um dos principais destaques foi justamente o segmento econômico - que representou 75% do total de unidades lançadas (4.527 unidades) e 51% do VGV. Os lançamentos no terceiro trimestre somaram R$ 928 milhões, alta de 6,3% sobre 2009. As vendas de julho a setembro foram de R$ 802 milhões, contra R$ 517 milhões em 2009.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

GDF avalia destinação de terreno em Águas Claras

19/10/2010 - Jornal Alô Brasília - Gerdan Wesley

A destinação da projeção onde seria construído um hospital, em Águas Claras, ainda está sendo definida, segundo a vice-governadora Ivelise Longhi

Durante reunião com representantes da Associação dos Moradores de Águas Claras na tarde de ontem (18), a vice-governadora Ivelise Longhi garantiu que o terreno localizado ao longo da Avenida Araucárias não será colocado à venda pela Terracap enquanto questões jurídicas que envolvem o lote não forem solucionadas. 

Inicialmente destinada para a construção de um hospital na cidade, a área não deve mais ser utilizada pela Secretaria de Saúde, que planeja construir uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) em outro local na cidade. e acordo com o prefeito comunitário José Júlio de Oliveira, os moradores estavam preocupados com a destinação do terreno, pois em Águas Claras ainda não há equipamentos públicos de saúde instalados. "Procuramos a vice-governadora porque sabemos da sensibilidade dela como arquiteta e urbanista. Acreditamos que com a ajuda dela o problema será resolvido", contou. 

Durante o encontro, do qual também participou o deputado distrital Chico Leite, a vice-governadora ressaltou que os técnicos da área de saúde do governo avaliam que o equipamento mais adequado para Águas Claras seria uma UPA %u2013 com atendimento primário e secundário %u2013 e não mais um hospital. Por isso a secretaria teria devolvido o terreno à Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap). Ivelise já havia se reunido, na semana passada, com integrantes da Terracap e das secretarias de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (Seduma) e de Saúde para discutir a venda do terreno questionada pelos moradores. 

"Pedi que a Secretaria de Saúde apresente, o mais rapidamente possível, uma análise da política de saúde para a região. Por outro lado, estamos avaliando também as questões jurídicas envolvidas na devolução do terreno pela pasta da Saúde para a Terracap. Se houver qualquer dúvida sobre o assunto, o terreno será tirado da licitação", disse Ivelise. A decisão será discutida com os moradores.

Da Redação do Jornal Alô Brasília com informações da Vice-Governadoria do DF

domingo, 17 de outubro de 2010

Exposição inédita revela passo a passo e bastidores da criação de BrasíliaLinhas que escreveram a cidade surgem por meio de cartas de anônimos e documentos de personalidades da história local

17/10/2010 - Correio Braziliense - Leilane Menezes

Em meio à poeira dos canteiros de obra, enquanto nascia Brasília, edificavam-se também histórias de amor. Casais apaixonavam-se, outros sofriam separados pela odisseia da construção de uma nova capital. A amizade era o que ajudava a passar com mais alegria as horas debaixo de sol quente, em barracos improvisados. É essa cidade de outros tempos que a exposição Cartas de Brasília apresenta ao público, até 19 de dezembro, no Museu Vivo da Memória Candanga.

Ali, a história brasiliense é contada sob o ponto de vista de quem a fez com as próprias mãos. São mais de 150 documentos expostos, entre cartas, reproduções de títulos de eleitor — entre eles o de Oscar Niemeyer —, velhos bilhetes aéreos e muito mais. Juntos, os itens ajudam a visualizar o cenário de antigamente. As curadoras da exposição, Márcia Turcato e Tânia Ribeiro, e a produtora Daiana Castilho quiseram homenagear Brasília nos 50 anos da cidade.

As curadoras Márcia Turcato e Tânia Ribeiro e a produtora Diana Castilho Dias: mostra inspirada em literatura
Uma das primeiras cartas a serem lidas pelo visitante, logo na entrada da exposição, revela o amor de Laudelino José Ferreira e sua Jurêdes Figueira. Os dois se conheceram em Brasília, no ano da inauguração. Ele chegou em março de 1958, com um tio, vindo de Uberaba (MG). Ela, um pouco depois, em 1959, com a família, vinda do Rio de Janeiro. Laudelino era datilógrafo do Banco do Brasil, conseguia fazer 330 toques na máquina de escrever por minuto. O mais habilidoso fazia 180. A destreza chamou a atenção da auxiliar administrativa Jurêdes, que observava o rapaz. O desfecho dessa história está na carta e revela costumes daquela época.

O papel envelhecido guarda um pedido de casamento: “Brasília, 29 de agosto de 1960. Prezado senhor Belmont, tenho a satisfação de escrever-lhe pela primeira vez… A principal finalidade desta é a seguinte: estou namorando com sua filha Jurêdes há quatro meses. Como o senhor reside bem distante daqui (no Rio de Janeiro), creio com isto que ainda não deve ter tomado conhecimento de nosso namoro. Acontece, porém que gostei de sua filha e estou interessado em me casar com ela. Venho por intermédio dessa simples carta pedir o vosso consentimento, desde que escrevo esta de acordo com Jurêdes”.

Quase um mês de ansiedade se passou até a chegada da resposta: “Rio Bonito, 15-9-1960. Prezado amigo Laudelino José Ferreira, escrevo-lhe estas linhas a fim de responder sua carta… Sobre o vosso pedido, foi aceito com muito prazer. Do amigo João”. O casamento se deu no ano seguinte, na Igrejinha da 108 Sul. Hoje, Laudelino e Jurêdes têm 72 anos e quatro filhas, todas brasilienses. O casal esteve na abertura da exposição e se comoveu ao relembrar o passado. “Me sinto emocionado. Ela é meu grande amor há 49 anos”, disse Laudelino, com os olhos cheios d’água, antes de dar um beijo apaixonado em Jurêdes.

Emprego
As cartas que chegavam e saíam de Brasília levavam muito mais do que propostas de casamento. Em uma delas, uma moça pedia emprego para o marido, diretamente ao então presidente da República, JK. Na esperança de se mudar de Goiânia para Brasília com o marido, João Alcides, um desenhista técnico, Adersoni Homar, conhecida como Soni, escreveu: “O senhor sabe como é difícil arrumar uma vaga dessas. Mas o senhor querendo, pode arrumar. E quem sabe arruma até para mim”. Ela reclamava que o marido trabalhava muito e ganhava pouco.

Soni era presidenta da Ala Moça de um partido político, o PSD. Dizia-se correligionária de JK, apesar da pouca idade, “20 e poucos anos”, como ela mesma relata. “JK respondeu a carta dela. Arrumou emprego para o marido dela, mas ele nem precisou. Quando chegou a Brasília, já teve outra proposta de Lucio Costa, que pagava melhor. Eles fizeram família e carreira aqui. Soni começou a trabalhar no Hospital de Base. Cursou medicina na UnB. Chegou à chefia do hospital”, relatou Márcia. Todas essas histórias podem ser revividas de perto no Museu Vivo.

Surpresas
A mostra traz ainda curiosidades, como a carta na qual Niemeyer explica ao então governador José Aparecido por que não gostaria de se lançar deputado. Há também uma cópia do título de eleitor do arquiteto. Poucos sabem que ele é registrado na zona eleitoral 653 do DF. Em outra carta, endereçada a Aparecido, Niemeyer justifica sua ausência na própria festa de aniversário.

“Hoje voltei a pensar nas comemorações que você com tanta generosidade vem programando para o meu aniversário e nos amigos que o cercam… Delas não vou participar. Primeiro, é um problema de consciência. Afinal, muitos brasileiros que por maiores feitos as mereciam não as receberam. Segundo, porque não me sinto com direito para tantas honrarias. Na verdade, meu amigo, passei pela vida como outro homem qualquer. Nada de excepcional. Os mesmos problemas, sonhos e tristezas… Confesso, caro amigo, que meu desejo é passar meu aniversário em completo anonimato.”

Além de ver os escritos, o visitante participa. Poderá depositar em uma urna seus desejos para Brasília nos próximos 50 anos. No centenário da cidade, o compartimento será aberto e os bilhetes, revelados. “Queríamos a interação do público com a exposição”, explicou Tânia. É possível também escrever um cartão-postal anônimo e deixá-lo em uma caixinha, à disposição de quem queira trocar correspondência. Nas paredes, são reproduzidos vídeos e áudio com entrevistas dos pioneiros. E também há frases emblemáticas.

Correspondências
Um dos maiores colaboradores dessa exposição foi Ildeu de Oliveira, primo de JK. Ele contou histórias e indicou personagens. Ildeu chegou a Brasília em 1957. Ajudou a construir a primeira escola da nova capital, chamada Júlia Kubitschek, na Candangolândia, e o colégio Elefante Branco, na Asa Sul. Além das lembranças, ele guarda uma pasta com correspondências. Algumas cartas, porém, foram extraviadas. “Levei para tirar cópia e devo ter esquecido no local”, explicou.

A maioria estava assinada por JK ou por dona Sarah. Em uma delas, o presidente recordava o avô de Ildeu, que o ajudou financeiramente quando JK era um estudante de medicina, “para que pudesse parar de trabalhar nos telégrafos à noite e tratar da tuberculose que se instalava nos pulmões”. As curadoras da exposição postaram em um blog o pedido para que quem encontrasse os originais entrasse em contato. Até agora, porém, nada.

Ideia reciclada
A iniciativa de reavivar o conteúdo das cartas, porém, surgiu de uma inspiração vinda de longe. Há um ano, na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), as curadoras tiveram contato com as ideias da artista plástica francesa Sophie Calle. Entre 2008 e 2009, Sophie esteve em alta no Brasil e no mundo. Isso porque convidou 107 mulheres para responderem em seu lugar a uma carta de rompimento enviada pelo então namorado. O resultado desse término coletivo se tornou a exposição Cuide-se.

Nela, o conteúdo do adeus — que terminava com a mensagem que deu título à mostra — e as sugestões de resposta viraram atração de museu e tema de rodas de discussão, inclusive na Flip de 2009. “Percebemos então a possibilidade de usar cartas para contar a história de Brasília. Tínhamos muita vontade de mostrar a história do dia a dia da cidade, vista por pessoas comuns”, explicou Márcia. O resultado é uma viagem no tempo.

sábado, 16 de outubro de 2010

Empresas responsáveis pelo Park Sul terão que pagar taxa

16/10/2010 -  DFTV 1ª Edição

Mudança na destinação da terra no Park Sul, perto do Guará, resultou na determinação do Tribunal de Contas pelo pagamento da taxa de R$ 100 milhões, que deve ser quitada em um mês.

As empresas que estão construindo os condomínios no Park Sul, no Guará, vão ter que pagar uma taxa por mudança de destinação de uso da terra. Os prédios residenciais estão na área do antigo estádio Pelezão. A determinação é do Tribunal de Contas do DF e a cobrança será feita pela Terracap, que vendeu o terreno. 

A taxa deve ultrapassar R$ 100 milhões e tem que ser paga em um mês. De acordo com a coordenadoria das cidades, a cobrança é comum quando há mudança na destinação de uso do terreno.

Sudesa remove invasões no DF

15/10/2010 - GDF

Operação realizada nesta sexta-feira contou com a participação de agentes da Terracap, SLU, CEB, ICMbio, PM, entre outros órgãos

A Secretaria da Ordem Pública e Social (Seops), por meio da Subsecretaria de Defesa do Solo e da Água (Sudesa), realizou, nesta sexta-feira (15), duas operações força-tarefa de combate à invasão de área pública em São Sebastião e Águas Claras.

Ao todo, 15 agentes da Sudesa, da Terracap e da Administração de São Sebastião atuaram no Setor de Indústrias da cidade. O local escolhido foi o Pró-DF, conjunto 03, lotes 16/17/18. No local foram retirados 40 metros de cerca lineares que permaneciam em área pública.

Já na chácara 2 da Colônia Agrícola Vereda Grande, do Setor Habitacional Arniqueiras, foram removidas duas edificações em alvenaria desabitadas, uma base de concreto de 150 m² e quatro muros de 300 metros lineares cada.

A operação Força-Tarefa contou com 37 agentes da Sudesa, da Sedest, da Terracap, do SLU, da CEB, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), da Polícia Militar, da Agefis e da Vara da Infância e Juventude.

Com informações da Ascom/Sudesa

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

GDF acelera obras na Linha Verde

11/10/2010 - DFTV 2ª Edição

O governo do Distrito Federal tenta cumprir a promessa e liberar as pistas da EPTG até o fim do mês. Faltam menos de 20 dias para o prazo. Mas ainda falta muita coisa para ser concluída.

Caminhões, tratores e muitos operários trabalham a todo vapor na Estrada Parque Taguatinga (EPTG). As obras da Linha Verde deveriam ter ficado prontas no aniversário de 50 anos da capital, em abril. Mas depois da crise política do ano passado, o governo adiou a entrega da pista para junho. 

Agora, a promessa é para 30 de outubro, daqui a 20 dias. Mas quem passa pela via percebe que ainda falta muita coisa. “Está difícil andar aqui, não é fácil não. Eu acho que as obra na Linha Verde vai demorar um pouco mais”, diz a autônoma Vilma Gomes. “A preocupação maior seria com as chuvas. Uma parte da pista, que ainda não está acabada, já tem desabamento”, conta o professor Vadilson Mateus. 

Parte do meio-fio ainda não foi colocada e as passarelas não têm a grade de proteção. As paradas de ônibus começaram a ser cimentadas e o asfalto de um trecho próximo ao Setor de Indústrias e Abastecimento (SIA) rachou e vai ter que ser refeito. 

A obra também traz perigo aos motoristas. Desde que os trabalhos começaram, em 2009, duas pessoas já morreram em acidentes na EPTG. Para terminar a pista principal só falta concluir o viaduto no SIA, que deve ficar pronto nas próximas semanas e terminar com os engarrafamentos no local. 

O GDF diz que em novembro só vão faltar alguns retoques, como colocar a grama no canteiro central e terminar a rede de escoamento da pista. A obra que começou em abril do ano passado vai custar R$ 244 milhões. 

Albert Steinberger / Edgar de Andrade / Luiz Gonzaga Pinto

Gama completa 50 anos

10/10/2010 - Agência Brasília

Nesta terça-feira (12) – além de feriado pelo Dia de Nossa Senhora Aparecida e Dia das Crianças – também é comemorado o aniversário da cidade do Gama, que completa cinquentenário. Durante esta semana haverá corte de bolo e um grande festival de música para celebrar a data

“Esperamos mais uma vez agradar ao público com uma programação variada, que mistura atrações nacionais, regionais e locais”Luís Piresadministrador do Gama

As comemorações do cinquentenário do Gama – completos nesta terça-feira (12) – serão iniciadas com um desfile cívico-militar e com o corte de um bolo de 50 metros. As festividades prosseguem até sábado (17) com apresentações, exposição de fotos do Arquivo Público, Salão de Agronegócios, atendimento da unidade móvel do Procon, missa solene, culto aos 50 anos e – o mais esperado – o FestGama. Este ano, o FestGama terá shows com artistas de projeção nacional, como Pedro Paulo e Mateus e João Neto e Frederico, além de apresentações de atrações locais.

Para representar os avanços obtidos pela cidade ao longo de seu desenvolvimento, o lema escolhido para o cinquentenário é “Gama 50 anos, o progresso continua”. Dados históricos revelam que, em 1960, ano de fundação da cidade, o Gama integrava parte da área destinada à construção da nova capital federal e, inicialmente, abrigava cerca de mil pessoas. Algumas delas faziam parte das 30 famílias que foram retiradas da barragem do Lago Paranoá, em razão da necessidade de se finalizar o projeto de Brasília.

Depois disso, a cidade cresceu muito. Atualmente possui aproximadamente 170 mil moradores. No dia 12, às 9h, será realizado o desfile cívico-militar, com a participação do Corpo de Bombeiros, polícias Civil e Militar, escolas públicas e particulares, carros de boi, grupos da terceira idade, entre outros membros da comunidade. No Setor Central, o desfile passará próximo a Praça da Bíblia e percorrerá a Avenida Vagner Piau, até a 14º Delegacia de Policia. A previsão do encerramento do desfile é por volta do meio-dia. Depois disso, o bolo será cortado e repartido entre os presentes, na entrada da Administração Regional.

Já na quarta-feira (13) e quinta-feira (14), a população poderá visitar as mais antigas igrejas da cidade. Para quem é católico, no dia 13, às 20h, haverá celebração da Santa Missa, na Paróquia São Sebastião, que possui 46 anos de existência e é a primeira igreja da cidade. Os evangélicos poderão se reunir na Assembléia de Deus do Gama (Adeg) e participar do culto marcado para o dia 14, às 19h30. A Adeg é o primeiro templo do Gama e também está completando 50 anos.

FestGama

Os três últimos dias do evento – 15, 16, 17 – ficaram reservados para o FestGama. O primeiro show será dos cantores sertanejos Pedro Paulo e Mateus e, no último dia, a atração fica por conta da dupla João Neto e Frederico. Além desses shows, a população poderá prestigiar artistas locais de estilos variados como Marcelo Paiva e Santiago, Zé Mulato e Cassiano, Roni e Ricardo, Rafael Silva, entre outros.

A programação do evento está sendo organizado pela Administração Regional da cidade, com apoio da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Agricultura. Segundo o administrador do Gama, Luis Pires, o FestGama é um dos eventos mais esperados pela população. “Esperamos mais uma vez agradar ao público com uma programação variada, que mistura atrações nacionais, regionais e locais”, diz Pires.

Serviço

Programação da festa de 50 anos do Gama

Data: 12 de outubro

- 9h - Desfile Cívico Militar

Local: Avenida Wagner Piau – em frente à 14ª DP

- 11h30 – Corte do bolo de 50 metros de comprimento

Local: Hall de entrada da Administração Regional

- Festa da Padroeira Nossa Senhora Aparecida

Data: 12 de outubro, durante todo o dia

Local: Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Comercial Setor Oeste

Todos os dias haverá celebração da Santa Missa, seguida de oração da novena, barraquinhas de comidas típicas. Nos dias 10,11 e 12 de outubro, shows de bandas católicas.

- Exposição de fotos Arquivo Público

Data: Até o dia 15

Local: Administração Regional

Serão expostas fotos do Arquivo Público, contanto a história da criação de Brasília, nos corredores da Administração.

- Aniversário 30 anos comunidade Núcleo Rural Casa Grande – Dia de Lazer

Data: 12 de outubro – 9h

Local: Núcleo Rural Casa Grande – área rural Gama.

Para comemorar o aniversário e o dia das crianças, a Associação dos Proprietários e Produtores do Núcleo Rural Casa Grande, com o apoio da Administração Regional, fará um dia de lazer, quando também receberá, oficialmente, o posto de saúde da região, com palestras e orientações sobre saúde e o programa da PMDF de conscientização dos jovens contra drogas.

- Missa solene em comemoração ao Jubileu de Ouro do Gama

Data: 13 de outubro – 20h

Local: Paróquia São Sebastião – Setor Leste

Em comemoração ao Jubileu de Ouro do Gama, a primeira igreja da cidade, Paróquia São Sebastião, sediará a celebração da Santa Missa, que reunirá fiéis e convidados de toda a cidade.

- Culto dos 50 anos

Data: 14 de outubro – 19h30

Local: Assembléia de Deus do Gama (Adeg)

Ainda nas festividades, será realizado um culto na Adeg, primeira igreja evangélica do Gama, que também comemora 50 anos em 2010.

- FestGama

Data: 15/10 – Pedro Paulo e Mateus

Data: 16/10 – Mitiê do Brasil

Data: 17/10 – João Neto e Frederico

Local: Estacionamento do Estádio Bezerrão.

No local haverá também tendas do Serviço Social do Comércio (Sesc) e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) realizando diversos atendimentos à população.


Foto
Vista aérea do Gama

Cidade foi fundada no mesmo ano da inauguração de Brasília.

domingo, 10 de outubro de 2010

Reinaugurada em setembro, fonte luminosa encanta visitantes



Saulo Araújo - Correio Braziliense

Publicação: 10/10/2010 09:21 Atualização: 10/10/2010 09:28

Um espetáculo de luz e cores que inspira casais apaixonados. O movimento das águas que encanta as crianças. Um lugar aconchegante para colocar em dia a conversa com amigos. Bem-vindo! Você está no mais novo ponto turístico de Brasília: a fonte luminosa. Localizada no Eixo Monumental, aos pés da Torre de TV, a atração estava fechada desde 2006, mas foi reinaugurada no mês passado em grande estilo. O monumento, antes habitado por moradores de rua e usuários de drogas, passou a receber todos os dias centenas de admiradores, turistas ou moradores da capital, de todas as gerações.

"É um lugar excelente para passear com a família. Brasília estava carente de espaços como esse e acho que necessita de mais", diz a socióloga Thaís Delgado de Melo Alegria
O analista de sistema e fotógrafo amador Oswaldo José Ribeiro de Faria, 34 anos, ficou encantado com o lugar. Ele contou que sempre tinha a curiosidade de assistir a dança das águas de perto e não se arrependeu quando teve a oportunidade. “Eu sempre passava pelo Eixo Monumental e via a fonte de longe. Já dava para ver que era bonito, mas não imaginava o quanto, vendo bem de perto”, disse.

Com sua máquina fotográfica, ele não perdeu a chance de registrar todos os ângulos do marco. “Vim aqui só para fazer um teste. Quero voltar com mais equipamento, trazer minha família e fazer belas fotos. Com certeza já é um dos lugares mais bonitos de Brasília. Só temos que torcer para o governo manter esse zelo”, contou.

A fonte luminosa foi inaugurada em 1967, mas deixou de funcionar em 2006, até que a Eletrobras, em parceria com o Governo do Distrito Federal, decidiu patrocinar sua revitalização. Foram investidos cerca de R$ 9 milhões. O projeto para deixar o monumento de cara nova foi da empresa espanhola Ghesa, que também tem fontes no Parque Ibirapuera, em São Paulo, e no Epcot Center, nos Estados Unidos. Em Brasília, foram instalados cerca dois mil bicos ejetores que formam uma cortina de água de 40 por 15 cm para projeção de imagens em movimento sob o comando de um projetor de laser multicolorido. Os jatos de águas podem alcançar uma altura de até 50 metros.

Além disso, caixas de som cercam o lugar e, quando chega a noite, músicas embalam os movimentos das águas, deixando o público pasmo. Clássicos da MPB, da Bossa Nova, entre outros ritmos, dão ainda mais charme à fonte. “Isso aqui é muito lindo. Não tem outra palavra para descrever. Aqui é um lugar para as pessoas tirarem o estresse depois de um dia intenso de trabalho. Tem a questão do som das águas, que passa uma paz imensa, o movimento das luzes, que deixa qualquer um admirado, sem falar que é um lugar para as pessoas interagirem, se encontrarem”, elogiou a socióloga Thaís Delgado de Melo Alegria, 33 anos.

Ela levou os dois filhos, Vinícius e Ana Luísa Alegria, 4 e 2 anos, respectivamente, para conhecer a fonte e afirmou que o passeio passará a fazer parte da rotina da família. “É um lugar excelente para passear com a família. Brasília estava carente de espaços como esse e acho que necessita de mais. Meu sonho é ver as praças de Brasília com espaços para música, teatro e outras formas de cultura”, pediu Thaís.

O casal Marcos Vinícius Costa, 37 anos, e Maria Clara Ribeiro, 28, tirou a noite de quinta-feira para fazer um programa diferente. Em vez de boates, bares ou cinema, eles aproveitaram o clima agradável e a lua cheia para namorar. Entre um beijinho e outro, admiravam a fonte Luminosa. Para ela, o lugar é romântico e inspirador. “Os aspectos visual e sonoro da fonte são ótimos para namorar”, disse. Ele, concorda com a parceira e acrescenta outros elogios. “É agradável para conversar, namorar ou apenas ficar olhando.”
Maria Clara gostou tanto da experiência que pretende trazer seus parentes de Minas Gerais para conhecer o novo ponto de lazer instalado no coração da capital. “Brasília já é linda e, agora, tem mais um lugar para eu apresentar aos meus parentes quando me visitarem”, disse a jovem.

O resgate do cartão-postal enche os brasilienses de orgulho. A fonte luminosa já é a maior da América Latina e uma das dez maiores do mundo, com uma área estimada em 80 metros quadrados. No dia da inauguração, o governador do Distrito Federal, Rogério Rosso (PMDB), destacou a importância da revitalização do espaço. “A fonte luminosa fazia parte do programa de domingo das famílias de Brasília, mas depois ficou desativada por alguns anos. Agora os brasilienses têm a oportunidade de apreciar esse espetáculo com mais cores e luzes. É um momento de muita alegria”, comemorou.

Torre
Se durante o dia a Torre de TV é a atração principal dos turistas, à noite ela se torna comum diante do espetáculo multimídia da fonte luminosa. Os poucos que sobem no monumento mais alto de Brasília querem mesmo é fotografar a fonte de um ângulo melhor. Prova disso eram as dezenas de flashes disparados das máquinas dos turistas. “Eu estava lá em cima somente para registrar a fonte. A Torre tem seus encantos, é tradicional, patrimônio de Brasília, mas beleza igual à da fonte não existe na nossa capital”, derramou-se em elogios a servidora pública Lorena Castro de Alencar, 35 anos.

Os ambulantes também gostaram da reinauguração. Vendedores de pipoca e artigos de artesanato já se instalaram na praça. “O retorno aqui é 100%”, comemorou o pipoqueiro Ivo do Carmo, 68 anos.

Memória
A primeira fonte funcionou ininterruptamente, aos pés da Torre de TV, por aproximadamente oito anos — entre 1967 e 1975 — quando foi desligada e desmontada para dar passagem às obras de implantação dos viadutos que passaram a ligar as W3 Sul e Norte. Antes disso, a fonte compunha, no Eixo Monumental, um complexo de lazer que incluía pistas de patinação, pista para aeromodelismo e até um tanque para modelismo naval.Com o crescimento da cidade, surgiu a necessidade da ligação direta entre as duas asas do Plano Piloto também na altura da W3. Para a construção do complexo de viadutos e tesourinhas ligando as avenidas, em 1975, o então governador Elmo Serejo Farias determinou o seu fechamento.