terça-feira, 28 de maio de 2013

Plano Piloto pode ter corredor até Anápolis

28/05/2013 - Jornal Coletivo

Empresários da construção civil apresentaram à Câmara Legislativa do DF uma proposta de reordenamento territorial chamada Brasília mais 50 anos que tem como ponto alto a criação de um corredor entre o DF e Anápolis (GO), O presidente da CLDF, Wasny de Roure (PT), recebeu o presidente do Sinduscon, Júlio César Peres, que apresentou o projeto visando à mudança da plataforma de desenvolvimento do DF com a criação de um novo centro metropolitano na saída Sul, desafogando o Plano Piloto. Wasny observou que o assunto precisa ser debatido com os deputados e os técnicos que atuam com esta temática.

Peres defendeu a realização de um pacto social e político em torno de uma proposta territorial concreta. O ponto central é o deslocamento do centro do DF para outra área, com a migração da geração de empregos e do trânsito da área central do Plano Piloto para um corredor que poderia se estender até Anápolis. O novo centro urbano contaria com um entroncamento das BRs 020, 040 e 060. A discussão e a implantação da proposta passaria por uma articulação entre o GDF, o Estado de Goiás e o governo federal.

Fonte: Jornal Coletivo

terça-feira, 7 de maio de 2013

Custo de vida força migração para o Entorno

07/05/2013 - Correio Braziliense

Shirlei trocou o Guará por Santo Antônio do Descoberto (GO): "Lá, nunca conseguiria adquirir um imóvel"

A cidade que nasceu no meio do cerrado há cinco décadas e se tornou esperança de vida melhor para brasileiros dos quatro cantos do país começa a expulsar seus filhos. Quem não tem condições de arcar com o elevado custo de vida da capital se muda para o estado vizinho, em especial para os municípios da região metropolitana. Estudo divulgado ontem pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) mostra que, entre 2000 e 2010, 234.718 brasilienses saíram do DF e foram morar em cidades goianas. O número representa 56% de todos os brasilienses que deixaram a capital rumo às outras unidades da Federação.

Goiás é o único com saldo migratório negativo, ou seja, mais pessoas saíram do DF do que goianos deixaram o estado rumo à capital federal. Um total de 234 mil pessoas foram para lá, em 2010, e apenas 153.748 vieram para Brasília. "Os dados não mostram com clareza, mas as pessoas não estão indo para Goiânia, Anápolis, Jataí. Elas se mudam para os municípios vizinhos, o que evidencia um processo de metropolização de Brasília", afirma o presidente da Codeplan, Júlio Miragaya.

O estado vizinho ao DF sempre foi um dos que mais mandaram moradores para a capital da República, ao lado de Minas Gerais, Bahia, Ceará e Piauí. Essa realidade começou a mudar na década de 1990, quando o número de pessoas que saíam de Brasília para Goiás começou a aumentar. Em 1980, o saldo migratório ainda era crescente — 96.696. Mas, nas décadas seguintes, começou a cair: 63.019, em 1991; 11.599, em 2000; e menos 80.970, em 2010. A mudança do DF para os municípios goianos é diferente dos deslocamentos populacionais normais, quando os moradores de uma cidade saem para outra em busca de novas oportunidades de trabalho. "Nesse caso, as atividades econômicas continuam no DF, porém esses municípios não se desenvolveram. As pessoas dormem neles, contudo ainda trabalham aqui", reconhece Miragaya.

Preço da terra

A principal explicação para o fenômeno é o elevado custo de vida em Brasília, em especial o preço da terra. Como o valor de imóveis e de aluguéis no DF, muitas vezes, beira ao impraticável, as pessoas buscam na região metropolitana condições de moradias a custos menores. A bancária Shirlei da Silva, 38 anos, mudou-se para Santo Antônio do Descoberto (GO), há um ano, para conseguir comprar a sonhada casa própria. "Antes, morava no Guará com a minha família. Se eu continuasse lá, nunca conseguiria adquirir um imóvel e provavelmente teria de pagar aluguel", conta.

A professora Ana Paula Borges Pereira, 32 anos, optou por migrar do Gama para Valparaíso (GO), há cinco anos, por conta do emprego. "Trabalho na região metropolitana e fica mais perto. Ainda assim, penso em passar em um concurso para voltar a morar no DF, mas precisaria de um salário maior do que o atual. Aqui, tenho casa própria, e, em Brasília, não conseguiria outro imóvel pelo mesmo valor", compara. Para ela, a qualidade de vida no DF é superior. "Em relação à segurança pública e aos serviços oferecidos públicos, Valparaíso deixa a desejar", justifica.

Política habitacional

O geográfo Aldo Paviani, pesquisador da Universidade de Brasília (UnB) e da Codeplan, diz que a mudança do centro para a periferia não é fenômeno exclusivo do DF. "Isso é próprio do capitalismo. Se você tem como comprar o terreno, está dentro. Quem não tem acaba expulso", diz o especialista. Segundo Paviani, há maneiras de inibir o processo, estimulando o setor privado a pagar melhores salários, e uma política habitacional de longa duração. "O DF passou muito tempo insistindo na doação de lotes, que não deu certo. Quem foi beneficiado vendeu o terreno para ganhar dinheiro. A política de habitação precisa estar associada ao emprego, para que as pessoas consigam permanecer nos locais onde ganharam o lote."

O especialista defende a criação de atividades econômicas nos municípios da região metropolitana, a fim de evitar que as pessoas sejam obrigadas a se deslocar diariamente para o DF, o que causa problema de trânsito, além de ser um tormento para os moradores dessas cidades. Shirlei pensa em voltar a viver no DF quando tiver um salário melhor. "Todos os dias vou de ônibus ao Plano Piloto e gasto mais de uma hora para chegar ao trabalho. Além disso, serviços, como saúde e educação, são precários em Santo Antônio. Tenho plano de saúde e procuro hospitais da capital quando preciso", conta.

O estudo da Codeplan também mostra que a migração do Nordeste também diminuiu desde a inauguração de Brasília. Em 1960, a maior parte dos imigrantes que chegaram ao DF, 58.092, vieram da região (veja Arte), o que se repetiu em 1970, quando 168.714 nordestinos desembarcaram em Brasília, e prosseguiu nos anos 2000. Naquele ano, no entanto, o número de pessoas que saíram do DF para aquela região começou a subir e o saldo migratório caiu de 615.108 para 533.259 em 2010.

Os números mais expressivos são do Ceará e da Bahia, estados que perderam mais moradores para a capital federal no passado. O presidente da Codeplan, Júlio Miragaya, acredita que a inibição do fluxo migratório desses estados para o DF é causado pelos programas de transferência de renda, que melhoraramas condições de vida da população nordestina. "Se as condições melhoram na terra natal, a pessoa já pensa duas vezes antes de imigrar", explica.

Primeiro censo

A primeira leva de migrantes para a nova capital veio em 1956 de Araxá, em Minas Gerais, com a missão de erguer o Catetinho, a primeira residência oficial da Presidência da República. Eram 42 operários e, na época, os habitantes do DF não superavam 6 mil pessoas espalhadas pela área rural de Planaltina e pelo povoado de Brazlândia. Em julho de 1957, o primeiro censo do IBGE constatou a presença de 12.283 habitantes em Brasília. Cinco meses após a inauguração, a capital tinha 140.164 pessoas, sendo 62% homens. Com a transferência dos servidores públicos, houve um certo equilíbrio de gênero.

Três viadutos serão construídos em Águas Claras

04/05/2013 - Agência Brasília

As avenidas Araçá, Araucárias e a Rua Ipê Amarelo de Águas Claras ganharão viadutos, e as obras, com investimentos de cerca de R$ 8 milhões, devem começar na segunda-feira (6/5), quando a cidade comemora 10 anos.

"Com a medida, o governador Agnelo Queiroz resolverá grande parte do problema de tráfego na cidade, que iria piorar com o tempo. A previsão é que um terço do trânsito de Águas Claras use os três viadutos na entrada e saída da região", afirmou o administrador Regional, Carlos Sidney.

A previsão da administração é que as três obras, sobre as linhas do Metrô, sejam concluídas em até 150 dias.

Rua 31 Sul – Também foram iniciadas a drenagem e a pavimentação da Rua 31 Sul da cidade, que permitirão ligá-la, sob a Avenida Araucárias, à Praça Colibri.

Fonte: Agência Brasília