segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Mercado Imobiliário


Metro quadrado dos imóveis sobe em média 20% a 25% a cada 12 meses

Diego Amorim
Publicação: 27/12/2009 08:25 Atualização: 27/12/2009 08:41 - Correio Braziliense
Nos últimos cinco anos, o mercado imobiliário do Distrito Federal vem mantendo um forte ritmo de valorização. A cada ano, o preço do metro quadrado sobe em média entre 20% e 25%. Ao lado do Rio de Janeiro, o DF fica atrás apenas de São Paulo em volume de vendas e faturamento. Em 2009, a valorização foi ainda mais forte. Nos primeiros lançamentos do Setor Noroeste, o preço do metro quadrado, que já beira os R$ 10 mil, assustou, mas ainda assim não faltaram compradores. Pelas previsões do setor, o metro quadrado deve chegar em breve a R$ 12 mil. Antes restrita ao Plano Piloto, cujo tombamento explica em parte a disparada de preço dos espaços, a valorização se expandiu para as demais cidades do DF e até mesmo para o Entorno.

De acordo com o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Adalberto Valadão, em 2009 a valorização do metro quadrado variou de 15% a 40%, dependendo da localidade. "A tendência é de um 2010 ainda melhor. Há muita gente querendo comprar, a demanda é grande. E os financiamentos, que voltaram a existir com abundância, estão cabendo no bolso das pessoas. A explosão do mercado começou há cinco anos e ainda não parou", afirma.

O surgimento de novas áreas para investimento aqueceu o mercado em 2009. O foco das empresas não se restringiu ao Plano Piloto e a Águas Claras. Com a escassez de terrenos livres na região central, as incorporadoras descobriram um nicho próspero em cidades como Samambaia, Ceilândia e Taguatinga, além de Valparaíso e Águas Lindas, ambas em Goiás. É cada vez maior o número de investidores nessas áreas periféricas. Muitos que não podem desembolsar R$ 10 mil por metro quadrado no badalado Noroeste, por exemplo, pagam até quatro vezes menos longe do Plano.

Os lançamentos nas cidades do DF fizeram a Brasal Incorporações ter um ano considerado excelente, com um montante de R$ 250 milhões em vendas. "Levamos para Samambaia, Ceilândia e Gama propostas de condomínio que antes eram exclusivas da classe alta", comenta o diretor da empresa, Dilton Junqueira. Em Samambaia, todas as 360 unidades de um mesmo empreendimento foram vendidas em menos de um mês. A expectativa para o ano que vem é movimentar R$ 400 milhões. Cinco novos empreendimentos estão previstos: três no Noroeste e dois em Samambaia.

Previsões
As imobiliárias estimam que 20% dos imóveis vendidos este ano no DF se incluem no chamado segmento econômico, cujo valor do metro quadrado não passa de R$ 2,5 mil. O programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, oxigenou esse mercado. Atentas a essa expansão, empresas locais e de fora têm se preparado para uma nova realidade. O Grupo Lopes Royal, por exemplo, trouxe para Brasília a Habitcasa, especializada em imóveis do segmento econômico. A nova empresa vai atender, em 2010, interessados em comprar imóveis de até três quartos nas cidades do DF e Entorno.

Há um ano, a construtora e incorporadora Rossi, presente em 61 cidades do Brasil, abriu escritório na capital federal para fechar parcerias no Setor Noroeste e também algumas voltadas para as classes C e D. No primeiro semestre de 2010, começarão as vendas de unidades de condomínios nas cidades goianas de Valparaíso e Cidade Ocidental. A comercialização ficará por conta da Rossi Ideal, empresa criada para cuidar especificamente dessa modalidade. Os apartamentos custarão a partir de R$ 64 mil. As obras devem gerar pelo menos 3 mil empregos.

Em parceria com a Paulo Octávio Investimentos Imobiliários, a Rossi lançou dois empreendimentos no Noroeste: um prédio com apartamentos de dois e três quartos e outro com apartamentos de quatro quartos. O tamanho dos imóveis, que ficarão prontos só em 2012, varia entre 73 e 536 metros quadrados. O preço gira em torno de R$ 9 mil o metro quadradro. "Brasília é um dos principais mercados do país, por isso queremos chegar para ficar", diz o diretor regional da Rossi, Frederico Kessler.

A valorização do Noroeste impressiona. Em novembro último, as primeiras quitinetes do bairro chegaram a ser comercializadas por meio milhão de reais. Os imóveis têm entre 31 e 67 metros quadrados e chegam a custar R$ 556 mil. Apesar do preço, quase todas as unidades desse empreendimento estão vendidas. Aliás, cerca de 80% das projeções lançadas no Noroeste já têm dono. O bairro será o último setor habitacional a ser construído na área tombada de Brasília. (colaborou Mariana Flores)

Financiamento
Programa que promete viabilizar a construção de 1 milhão de moradias para famílias com renda de até 10 salários mínimos (R$ 4.650). Para isso, o financiamento é facilitado e o governo faz parcerias com estados, municípios e iniciativa privada.

Mão de obra
O mercado imobiliário aquecido traz à tona o problema da falta de mão de obra na construção civil. Na tentativa de suprir o deficit, os empregadores têm recrutado gente em Goiás e Minas Gerais e nas regiões Norte e Nordeste. Em 2009, o setor foi o que mais absorveu mão de obra no DF. Mesmo assim, as 65 mil pessoas empregadas em canteiros de obra não são suficientes para atender a demanda.

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