quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

DF tem média de 307 carros vendidos por dia


VEÍCULOSA previsão das revendedoras é comercializar 112 mil unidades até o fim do ano. Nos primeiros 11 meses, foram comprados 103.409 automóveis, ou 283 por dia. Hoje, a frota local supera 1,2 milhão

Diego Amorim
Publicação: 17/12/2009 07:18 Atualização: 17/12/2009 08:22
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Nunca se vendeu tanto carro no Distrito Federal como em 2009. O ano terminará com um recorde histórico do setor. Dados do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos Autorizados do DF (Sincodiv-DF) divulgados esta semana apontam que, até novembro, foram emplacados 103.409 veículos, um aumento de 17,86% em relação ao mesmo período do ano passado. Quando as vendas de dezembro entrarem na conta, os empresários vislumbram que esse número poderá chegar a 112 mil, ou seja, a 306,8 unidades por dia. Em 2008, 94.773 veículos saíram das concessionárias — patamar alcançado, este ano, em outubro. 

O número de vendas em novembro — 7.886 veículos — foi menor em relação ao mês anterior (11.222 veículos), mas superior frente ao mesmo mês de 2008 (6.146 veículos). No fim do mês passado, o governo federal prorrogou até março de 2010 a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros flex(1). O benefício adotado diante da crise que começou a assustar o mundo há um ano foi fundamental para manter o consumo aquecido. A renúncia fiscal custará R$ 1,3 bilhão aos cofres públicos. O governo acredita que esse valor será facilmente recolhido dos tributos associados ao aumento das vendas. 

As taxas de juros que dispararam no segundo semestre de 2008 recuaram ao longo deste ano e facilitaram o financiamento de carros. Cerca de 75% dos compradores do DF financiam o veículo. Os prazos de pagamento, que chegaram a ficar limitados a até 48 meses, foram expandidos. Hoje, o consumidor pode comprar um carro zero sem dar um real de entrada e ainda dividir em até 72 vezes, ou seja, seis anos. “Além disso, os bancos voltaram a irrigar o crédito na praça, e a acreditar no consumidor. De longe, este é o melhor ano da história para o mercado”, avalia o presidente do Sincodiv-DF, Ricardo Lima. 

O microempresário Rosivan Tavares, 35 anos, saiu ontem de casa decidido a comprar um carro. E o fez depois de visitar duas concessionárias. Sem dar nada de entrada, levou um Fiat Uno flex, que será pago em 60 parcelas de R$ 744. “Ganhei um ano de garantia, emplacamento e o IPVA de 2010”, listou ele os benefícios que o fizeram fechar negócio. “Hoje, basta ter o nome limpo que qualquer um consegue comprar um carro novo”, completa. Esta semana, Tavares devolverá ao irmão o carro que usou emprestado durante meses. “Precisava de um carro novo. Só na última sexta-feira, gastei R$ 200 com manutenção de um Palio 2007”, conta. 

Com o 13º salário no bolso, muita gente aproveita para trocar de carro nesta época do ano. O movimento nas concessionárias é grande, cenário bem diferente de um ano atrás, quando as notícias sobre a crise mundial desanimaram os consumidores e forçaram o governo a reduzir o IPI. A empresária Daniela Silva, 27, ainda não sabe que carro comprar. Está em dúvida entre dois modelos. A certeza é que não passará o ano novo de carro velho. “Hoje, está muito mais fácil comprar. As facilidades oferecidas são tentadoras”, comenta. O carro zero será usado na primeira viagem da família em 2010. 

Redução do imposto 
O conceito de IPI Verde — diminuição dos tributos de produtos que prejudicam menos o meio ambiente — começou com a prorrogação da desoneração da chamada linha branca (eletrodomésticos como fogões, geladeiras e máquinas de lavar). No caso dos carros, o governo decidiu, em outubro, que retiraria o benefício até o fim de janeiro. As vendas cresceram muito e os planos foram alterados 

Volks lidera o mercado
Em novembro, segundo levantamento do Sincodiv-DF, a Volkswagen foi a marca que mais vendeu carros. Foram 2.284 automóveis emplacados. O Gol é o mais vendido no acumulado do ano. “A perspectiva para 2009 não era boa para o setor, as projeções preocupavam muito. Mas o balanço é positivo e nos surpreendeu”, afirma o gerente comercial do Grupo Brasal, Mário Celso de Araújo. Ele estima um crescimento de 12% a 13% nas vendas em relação ao ano passado. “Ainda não fechamos as contas do ano. Ainda temos metade do mês e os dois últimos fins de semana, que costumam ser excelentes”, pondera. 

Na segunda posição no ranking das marcas mais vendidas está a Fiat, com 2.128 veículos. “Além da redução do IPI, as taxas de crédito voltaram ao patamar anterior à crise e atraíram os clientes”, diz o gerente comercial da Bali, Ricardo Braga. A concessionária vendeu, até novembro, 13 mil automóveis novos e seminovos. Na próxima semana, a Fiat deve lançar uma promoção para manter as vendas aquecidas no início do ano que vem. Um Fiat Uno poderá ser comprado com até 72 parcelas de menos de R$ 500, sem entrada. “Pessoas que nunca imaginaram comprar um carro zero na vida estão comprando”, observa Braga. 

De acordo com o Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF), a frota da capital federal já ultrapassa 1,2 milhão de carros. A tendência é que em 2010 — quando o DF ganhará mais seis concessionárias, chegando a 50 — seja um ano ainda melhor para o setor. Mercado ainda mais aquecido significará um aumento ainda maior da frota. “O problema não são os carros novos. Temos que nos preocupar é com os que já têm mais de 15 anos de uso e continuam circulando na cidade”, avalia o presidente do Sincodiv-DF. Segundo ele, o Brasil ainda consome poucos carros, se comparado a países como a Argentina.

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