quinta-feira, 29 de julho de 2010

Falta infraestrutura nas Áreas de Desenvolvimento Econômico


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Há dez anos, empresários ganharam a concessão para montar negócios e gerar empregos nas Áreas de Desenvolvimento Econômico. Mas a consolidação dos estabelecimentos esbarra na falta de infraestrutura.
Foi para gerar emprego que as empresas ganharam terreno barato e se mudaram para as Áreas de Desenvolvimento Econômico, as ADEs, mas o governo não cumpriu a parte dele e falta transporte, segurança e nem o correio mantém o serviço de entrega eficiente nessas áreas.Quem trabalha nas ADES não consegue chegar por falta de transporte. “Se eles não moram próximo ao setor onde nós estamos trabalhando, nós não temos condição de ter funcionários de outra região”, conta o comerciante Alberto Rodrigues de Souza. A criminalidade traz insegurança. Em Águas Claras, a câmera instalada pelo comerciante José Maria França mostra um dos muitos assaltos de que sua loja já foi vítima. Agora, ele só trabalha protegido por grades e afirma que “polícia não passa aqui. Quando a precisa e chama, demora 30, 40 minutos para chegar.” A comerciante Sirene Fernandes Costa transferiu sua empresa de Taguatinga para a ADE e se arrepende porque agora as correspondências chegam com um mês de atraso. “Aqui é comércio, como é que tem condição de ficar num lugar desse?”, questiona. A área é reservada para comércio, mas se não fossem os carros, seria uma rua deserta. Em uma rua da ADE de Águas Claras são 22 prédios comerciais em um dos lados, sendo que apenas três estão funcionando - o restante está de portas fechadas.“Eles falaram que aqui era para gerar emprego. “[O comércio] abre um determinado tempo, mas, quando volta, fecha tudo de novo”, conta a administradora Gelaine Moreira. Ceilândia tem três ADEs com ruas sem asfalto e lixo espalhado. Vários comerciantes já se mudaram, e os que ficaram trabalham com medo. “De 18 horas em diante, não tem como fazer entregas nessa área”, destaca o comerciante Janair Carvalho da Silveira. Na avaliação do presidente da federação das microempresas do DF, Sebastião Gabriel de Oliveira, o governo enganou os comerciantes. O administrador de Ceilândia, Renato Santana, diz que os empresários levaram as queixas ao GDF no começo do mês e que foi traçado um plano de ação. “Cada órgão, na sua condição, vai iniciar a execução desses trabalhos”, sublinha. Nesta quinta-feira (29), a governadora em exercício, Ivelise Longhi, disse que a prioridade é concluir obras que já estão em andamento, com verba garantida. Já os Correios prometeram averiguar porque as correspondências demoram a chegar à ADE de Águas Claras. 


Renata Costa / Marcone Prysthon 

Multiplan terá torres de alto padrão em Brasília


DCI, 29/jul
Multiplan divulgou ontem que administrará 50% de duas torres comerciais de padrão classe A integradas ao ParkShopping (administrado pela empresa). As torres serão construídas em Brasília a partir do primeiro trimestre do próximo ano, com área total de 37,572 mil metros quadrados. O investimento total do empreendimento é da ordem de R$ 79,6 milhões e deverá ser concluído no quarto trimestre de 2012. A intenção da companhia é acompanhar a crescente demanda por espaços de multiuso (comerciais e sociais).

Iphan quer criar normas mais rígidas para ocupação urbana de regiões em volta da zona tombada

URBANISMO »
Em debate do projeto Dois Pontos, promovido pelo Correio, o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional defendeu a criação de regras mais claras para as construções nas áreas próximas ao Plano Piloto

Helena Mader
Publicação: 29/07/2010 07:00 Atualização: 29/07/2010 08:11 - Correio Braziliense
Para garantir a preservação do Plano Piloto, classificado pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade, é preciso garantir a proteção de toda a área em volta da zona tombada. Com essa meta, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) quer criar normas mais rígidas para a ocupação urbana das regiões limítrofes à poligonal definida pelo tombamento. Durante debate realizado ontem à noite pelo Correio Braziliense, o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, revelou que o projeto será concluído nas próximas semanas. “A linha do horizonte faz parte do projeto de Brasília, é um valor inegociável”, justificou.

Luiz Fernando foi um dos convidados do projeto Dois Pontos, que mensalmente reúne especialistas em temas diversos com leitores e assinantes do jornal. O evento teve mediação da jornalista Conceição Freitas. Também participaram das discussões o diretor do Centro de Patrimônio Mundial da Unesco, Francesco Bandarin, e a professora da Universidade de Brasília Sylvia Ficher.

Os participantes do debate lotaram o auditório do Correio e atuaram intensamente durante todo o evento. Líderes comunitários, ambientalistas, moradores do Plano Piloto e de várias cidades do Distrito Federal puderam fazer perguntas e discutir sobre a preservação do patrimônio mundial em Brasília. A proposta do Iphan para garantir maior controle das áreas contíguas ao Plano Piloto agradou aos participantes. “O maior desafio para a preservação é garantir uma melhor gestão do território do Plano Piloto e de seu entorno, para que a qualidade de vida verificada na área central possa se estender para todo o DF”, detalhou Luiz Fernando de Almeida.

Modernismo
O italiano Francesco Bandarin, reconhecido como um dos maiores especialistas em arquitetura e planejamento urbano do mundo, falou sobre Brasília e destacou a importância da cidade que foi a primeira representante do movimento moderno a integrar a lista do patrimônio da Unesco. “Brasília é o maior e mais importante exemplo do modernismo. A cidade pode servir como um verdadeiro centro de estudos sobre, por exemplo, a conservação de materiais modernos como o metal”, disse Bandarin. “Brasília é uma fusão de conceitos, um projeto monumental”, acrescentou o especialista.

A professora da UnB e mestra em preservação de patrimônio Sylvia Ficher afirmou que o tombamento da capital federal foi um acerto. Ela destacou dois aspectos que considera os mais importantes no projeto de Lucio Costa para o Plano Piloto. “O primeiro ponto positivo é a preservação da qualidade de soluções urbanísticas. O Eixo Monumental, mesmo sem um paisagismo mais vigoroso, responde com precisão às exigências de uma cidade concebida para ser a capital do país”, explicou. “Outro aspecto positivo são as superquadras, que são uma síntese das experiências de mais de um século no debate das questões habitacionais.”

Sylvia Ficher trouxe para a discussão o assunto mais comentado durante o evento: o trânsito de Brasília. Lembrou que as extensas rodovias que cortam a cidade representam uma corrente urbanística vigente à época da construção da capital, e lamentou o fato de não haver na cidade uma valorização dos transportes públicos. O professor de educação física José Neto, que mora há quatro anos em Brasília, concordou com os argumentos de Sylvia. “Não consigo caminhar pela cidade, o pedestre aqui corre um constante risco de morte. As pessoas na cidade só valorizam os carros”, criticou o participante do Dois Pontos.

Especulação
Outro tema muito debatido durante a edição de ontem do projeto foi a especulação imobiliária em Brasília, o que aumenta a demanda por áreas urbanas e, muitas vezes, estimula as ocupações irregulares, até mesmo em áreas públicas. Apesar desses problemas e de outras irregularidades comuns, como os puxadinhos (1), Sylvia Ficher não acredita que o projeto de Lucio Costa corra risco. “Infrações como puxadinhos são uma coisa, descaracterização do projeto é outra coisa bem diferente. São detalhes quase cosméticos quando se observa a magnitude do projeto de Lucio Costa”, disse.

O presidente do Conselho Comunitário de Segurança de Brasília, Saulo Santiago, questionou a mesa sobre como conciliar a qualidade de vida na cidade com o crescimento. O presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, afirmou que não há contradição entre preservação e desenvolvimento. “Mas o tombamento não é o único instrumento de gestão urbana. O que Brasília precisa é de melhorias no processo de gestão das terras”, garantiu o presidente do Iphan.

1 - Regulares, mas contestados
Puxadinho é o nome dado às conhecidas invasões comerciais que se espalham pelo Plano Piloto. Caracteriza-se pela apropriação de uma área originalmente não destinada à construção — na maioria das vezes, os puxadinhos são espaços de circulação pública utilizados pelos comerciantes como extensão de seus estabelecimentos — e, embora regulamentado pela Lei Complementar 766/2008, como a “Lei dos Puxadinhos”, teve sua regularidade contestada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) em abril deste ano.

Depredações e acidentes
As primeiras deliberações do Comitê de Patrimônio Mundial foram divulgadas ontem. Por 14 votos a cinco e uma abstenção, os especialistas da Unesco decidiram retirar as Ilhas Galápagos, no Equador, da lista do Patrimônio Mundial em Risco. O arquipélago, conhecido pelos estudos sobre a evolução de Charles Darwin, ganhou esse status por conta dos riscos do turismo predatório, mas medidas recentes de preservação foram suficientes para que as ilhas saíssem da lista de patrimônio em risco. Os técnicos da Unesco decidiram incluir no rol de sítios que correm perigo as Tumbas dos Reis Buganda, em Uganda. O local foi atingido por um incêndio que, em março deste ano, destruiu quase completamente o prédio principal.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

GDF assina consórcio para obras no Mané Garrincha e faz campanha para Brasília receber abertura da Copa 2014

Publicação:27/07/2010 15:10  Atualização:27/07/2010 17:03 - Supersportes 


Breno Fortes/CB/D.A Press

O governador do DF, Rogério Rosso (esq) oficalizou o pedido a Ricardo Teixeira para que Brasília receba a partida que abrirá o Mundial Autoridades de diferentes esferas estiveram, nesta terça-feira (27/7), na cerimônia de lançamento da Pedra Fundamental das obras de reforma, modernização e ampliação do estádio Mané Garrincha, que passará de 42 mil para cerca de 71 mil lugares. Durante o evento, o governador do Distrito Federal, Rogério Rosso, assegurou, na frente do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, que a capital federal terá totais condições de sediar a abertura da Copa do Mundo de 2014.Além do pontapé inicial das obras, foi anunciado que, pelo menos, cinquenta dos mil trabalhadores contratados serão ex-presidiários, presos em regime semi-aberto ou temporários. Segundo o corregedor nacional de Justiça, Gilson Dipp, essa é uma oportunidade de dar uma segunca chance àqueles que erraram."Esse projeto representa a reinclusão do egresso do sistema penitenciário. Aqui no Distrito Federal foi dado o primeiro passo desse grande acordo que permitirá a ressocialização para que essas pessoas, que cometeram um erro no passado, não voltem a delinquir. É uma oportunidade de acabar com o preconceito que essa população sempre sofreu", disse DippSegundo o governador, o palco brasiliense da Copa 2014, orçado em quase R$ 700 milhões, foi projetado para abrigar outros tipos de eventos e não só futebol. Assim, o novo estádio não vai se tornar um 'elefante branco'."O estádio foi projetado para ser uma arena multi-uso. Por isso, teremos eventos internacionais ao longo de todo ano", afirmou Rosso.Em relação à polêmica do novo nome do estádio - que deixaria de se chamar Mané Garrincha para virar Estádio Nacional de Brasília - Rosso colocou um ponto final no assunto."Seria uma ofensa tirar Mané Garrincha do nome. Por isso, se chamará Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha", garantiu o governador da capital.Brasilia pode sediar a abertura, diz RossoAo discursar no evento em que foi assinada a ordem de serviço, Rosso destacou as qualidades da candidatura de Brasília para sediar a abertura. Além da capital federal, Belo Horizonte e São Paulo também são candidatas a receber a partida inicial do mundial .“Não vou pedir para não constranger, mas está claro que este ato serve para deixar Brasília apta como sede da abertura da Copa do Mundo”, afirmou. “Poucas cidades do mundo tem condições de hospedar atletas, turistas, jornalistas, autoridades a 300 metros do estádio. Em poucas cidades também se vai do aeroporto ao estádio, ao setor hoteleiro em dez minutos. Isso é o que nos habilita a pleitear não só ser cidade-sede, mas abrir com honra a Copa e termos um centro de convenções logo ali para centro de mídia”, completou Rosso.Questionado por três vezes sobre a candidatura de Brasília para a abertura da Copa, Teixeira não se posicionou e sequer deu prazo para a decisão. “Isso vai ser decidido pela Fifa junto com o comitê organizador e ainda não tem prazo determinado”, destacou. Com a ordem de serviço assinada pelo governador, as empreiteiras contratadas deverão, nos próximos dias, começar a reforma no estádio, que se tornará num "canteiro de obras". Atualmente, só foi feita a demolição das arquibancadas.São PauloRicardo Teixeira se recusou a comentar o problema de São Paulo, onde, desde que o Morumbi foi vetado, não há definição sobre qual estádio receberá jogos da Copa 2014."Eu vou falar de Brasília", repetiu inúmeras vezes o chefe da maior entidade do futebol nacional.

http://www.df.superesportes.com.br/app/19,156/2010/07/27/noticia_copa_do_mundo,3340/lancada-a-pedra-funtamental-do-novo-mane-garrincha.shtml

terça-feira, 27 de julho de 2010

Viaduto do Gama é entregue a população


(21/07/2010 - 18:09) - GDF

O Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF) entregou hoje à população as obras de construção do  viaduto no Balão do Periquito.
O viaduto implantado no entroncamento da DF 480 com a DF 065 vai desafogar o trânsito na saída do Gama em direção ao Plano Piloto nos horários de pico. Hoje o volume de tráfego no local  é de cerca de 140 mil veículos por dia.
Além da implantação do viaduto, o DER já duplicou e entregou a população a DF 001, que liga o Balão do Periquito à BR-040.
As obras beneficiarão as regiões do Gama, Santa Maria, Samambaia, Recanto das Emas e Riacho Fundo, acabando em definitivo com asretenções de veículos na região.
As obras que começaram em janeiro de 2009, custaram R$ 6 milhões aos cofres públicos.

Brasília vai ganhar cidade- irmã no Egito, Luxor



27/07/2010 - 18:55 | Habitação, Urbanismo e Meio Ambiente - GDF 

Ambas são cidades tombadas pelo patrimônio e enfrentam o desafio de garantir que o desenvolvimento urbano não prejudique a preservação de seus monumentos. Capital federal já conta com 23 cidades-irmãs, entre elas Roma (Itália), Santiago (Chile), Camberra (Austrália) e Chaoyang (Pequim, China)Brasília e a cidade egípcia Luxor vão se tornar, em breve, cidades-irmãs. O convite foi feito pelo governador de Luxor, Samir Farag, durante encontro com a vice-governadora do DF, Ivelise Longhi, na Embaixada do Egito nesta segunda-feira (26). Ambas são cidades tombadas pelo patrimônio e enfrentam o desafio de garantir que o desenvolvimento urbano não prejudique a preservação de seus monumentos. “É uma oportunidade para que Brasília, uma cidade tão nova, possa trocar experiência com uma tão antiga, como Luxor”, explica Ivelise.
Com a irmanação, as duas cidades poderão estabelecer parcerias em diversas áreas. Até hoje, Brasília conta com pelo menos 23 cidades-irmãs, entre elas Roma (Itália), Santiago (Chile), Camberra (Austrália) e Chaoyang (distrito de Pequim, China).
O encontro foi promovido pelo embaixador do Egito em Brasília, Ahmed Hassan Darwish. Também estiveram presentes no encontro o secretário de Cultura do DF, Silvestre Gorgulho, e a princesa e ministra da Cultura de Bahrain, Shaikha Mai Bint Mohammed Al Khalifa.
Localizada às margens do rio Nilo, Luxor é a antiga Tebas. A cidade guarda importantes registros da antiga civilização egípcia. O governador Samir Sarag está em Brasília para participar da 34ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, promovido pela Unesco, que acontece até o dia 3 de agosto.Com informações da Ascom/Vice-governadoria[Image]Da esquerda para a direita: embaixador Ahmed Hassan Darwish, vice-governadora Ivelise Longhi, princesa e ministra da Cultura de Bahrain, Shaikha Mai Bint Mohammed Al Khalifa, e governador de Luxor, Samir FaragFoto: Gerdan Wesley

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Liberada obra de ampliação na EPGU


Motoristas agora podem contar com cinco faixas para transitar na via

Publicação: 26/07/2010 10:52 Atualização: 26/07/2010 11:04 - Correio Braziliense
O Departamento de Estradas e Rodagens do Distrito Federal (DER-DF) liberou, nesta manhã de segunda-feira (26/7), o tráfego na Estrada Parque Guará (EPGU), DF-051. Os motoristas terão mais duas faixas para circular. Segundo a assessoria de imprensa, as obras duraram 18 meses e tiveram um custo de R$ 25 milhões ao governo. 

A via, que contava com três faixas, agora possui cinco pistas para o tráfego de veículos, em cada sentido. Além disso, os viadutos Camargo Correa e o viaduto sobre a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA), que dá acesso ao Park Shopping, também foram ampliados para facilitar a circulação de quem passa pelas tesourinhas, que ganharam também mais uma faixa, totalizando três.

Vias marginais, nova sinalização, meio fio e espaço para as paradas de ônibus também estão entre as novidades. De acordo com o órgão, conforme as obras foram concluídas, as partes eram liberadas. A partir de hoje está tudo livre para o tráfego.

O órgão informa que a liberação deve beneficiar mais de 200 mil veículos que seguem, diariamente, pela saída norte de Brasília. Principalmente aqueles que pretedem ir ao Núcleo Bandeirante, Guará, Gama e Park Way.

Cidade-patrimônio atrai pelos negócios


Pesquisa inédita do CET da Universidade de Brasília revela que os compromissos profissionais atraem 60% dos visitantes, que não ficam mais do que dois dias na capital da República

Diego Amorim - Correio Braziliense
Publicação: 25/07/2010 07:48 Atualização: 25/07/2010 10:20
Turistas não faltam em Brasília. De segunda a segunda, eles estão espalhados pelos principais atrativos do Plano Piloto de Lucio Costa e Oscar Niemeyer. Tiram bastante fotos, gostam da cidade, acham tudo muito bonito e até voltam algumas vezes. Mas quase sempre para pernoitar. A capital do país não consegue segurar os visitantes por mais de dois dias. O Correio divulga, com exclusividade, pesquisa inédita com o perfil do turista do Distrito Federal. Os dados são do livro Impacto do turismo na economia do DF, que será lançado na próxima quarta-feira.

Os números confirmam a tese de que Brasília atrai particularmente turistas de negócios. Quase 60% dos que visitam a capital federal justificam a viagem com reuniões de trabalho ou participação em convenções. Quando o intuito é lazer, o percentual não chega a 7%. De férias ou não, pouco mais de 70% dos turistas ficam, no máximo, dois dias em Brasília. Os que chegam de avião são maioria. Mas ainda há muitos que vêm à cidade de carro. A recepção dos estrangeiros se revela incipiente — visitantes de outros países representam 3,4% do total.
Para traçar o perfil geral do turista, pesquisadores do Centro de Excelência em Turismo (CET) da Universidade de Brasília (UnB) que organizaram o livro usaram informações de uma amostra de 5.070 fichas de hospedagem distribuídas em hotéis da cidade em 2007. Foram aproveitados também números tabulados pelo Sistema de Informações Hoteleiras para o Turismo (Sihtur), coletados um ano mais tarde. Como não existe um banco de dados abastecido com frequência, a pesquisa a ser divulgada por meio do livro esta semana é o que há de mais atualizado e próximo da realidade.

O quadro feito pelo Correio com as principais informações do turista de Brasília traz uma média dos percentuais obtidos em 2007 e 2008. São Paulo e Rio de Janeiro lideram o ranking do estado de origem dos visitantes, seguidos de Minas Gerais e do vizinho Goiás. O próprio DF surge entre os cinco principais emissores, o que se explica, em parte, pelas promoções lançadas por hotéis da cidade para atrair clientes locais em fins de semana e feriados. Em 2007, os brasilienses só não foram hóspedes mais assíduos do que os paulistas.

domingo, 25 de julho de 2010

A capital que o candango inventou


Nascida para ser polinucleada, com cidades separadas por grandes vazios, Brasília já tem território urbano inteiriço. A migração contínua mudou, desde o início, o projeto de centro administrativo e fez surgir uma metrópole, como constatou pesquisa da arquiteta Jusselma Duarte de Brito


Conceição Freitas - Correio Braziliense
Publicação: 25/07/2010 07:44 Atualização: 25/07/2010 07:49

De Plano Piloto a metrópole, a mancha urbana de Brasília %u2014 Jusselma Duarte de Brito, editado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal e pelo Senai. O livro faz parte da coleção Brasília Histórica 50 anos, organizada pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília.  - (Iano Andrade/CB/Reprodução/D.A Press )
De Plano Piloto a metrópole, a mancha urbana de Brasília %u2014 Jusselma Duarte de Brito, editado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal e pelo Senai. O livro faz parte da coleção Brasília Histórica 50 anos, organizada pela Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília.
O senso comum, dentro e fora de Brasília, diz que o Distrito Federal é composto por um Plano Piloto e vários aglomerados urbanos ao largo, muito distantes uns dos outros, compondo uma grande cidade polinucleada. Até foi assim, mas, há pelo menos quatro décadas, a mancha urbana da capital é uma só, como ocorre em qualquer outra metrópole. Guardadas preciosas diferenças, as do Plano Piloto, Brasília está se transformando numa cidade como outra qualquer.

Foi essa a constatação mais importante da tese de doutorado da arquiteta Jusselma Duarte de Brito, transformada no livro De Plano Piloto a metrópole, a mancha urbana de Brasília, lançado durante as comemorações dos 50 anos da capital. Depois de escarafunchar os arquivos da Caesb, do DER, do Arquivo Público, da Terracap, da Novacap e da Secretaria de Planejamento, Jusselma reconstruiu, em mapas, o surgimento de Brasília a partir dos primeiros movimentos de terra e de tratores em 1955 até 2006.

A pesquisadora reconstituiu passo a passo as obras de infraestrutura, desde a chegada dos primeiros caminhões pela Estrada de Corumbá, hoje BR-070, desde Anápolis até o Sítio Castanho, onde a nova capital começava a surgir. Muito antes de se fazer o cruzamento do Eixo Monumental com o Eixo Rodoviário (o Eixão), a cidade já surgia em obras esparsas — estradas, hidrelétricas, aeroporto, Palácio da Alvorada, Brasília Palace Hotel.

Para acompanhar a ocupação urbana do Distrito Federal desde o início, Jusselma Brito foi buscar pistas nos arquivos das empresas responsáveis pela infraestrutura da capital — os projetos de rodovias e vias, de fornecimento de água e de luz, de acampamentos, olarias, barragem, granjas-modelos. Pontos onde surgia uma Brasília desobediente, contra a vontade da maquete planejada. Jusselma seguiu essa pista levada por um princípio comum às cidades, inclusive a Brasília: elas crescem na correnteza do asfalto e das redes de água e de luz. Onde há um poste, logo haverá um barraco.

Foi essa a lógica da leva inesperada de migrantes que começou a chegar a Brasília desde 1956, muito maior do que previam os planejadores. Mas era preciso barrar a entrada dos paus-de-arara. Para isso, se construiu um posto do Instituto Nacional de Imigração e Colonização (Inic) num lugar que, algum tempo depois, seria a região mais habitada do Distrito Federal. O centro de recepção do Inic foi montado à margem da Estrada de Corumbá, porque era por ela que chegava o maior número de migrantes. “Passados apenas seis meses do lançamento do edital para o concurso do plano urbanístico da cidade, o território de Brasília já comportava população próxima dos 30 mil habitantes”, escreve Jusselma Brito.

Foi ao lado do posto do Inic que, em 1958, surgiria a primeira nova cidade-satélite de Brasília, Taguatinga (a Cidade Livre estava, até então, destinada a ser dissolvida tão logo Brasília fosse inaugurada. Planaltina e Brazlândia já existiam antes do começo das obras). A localização do novo aglomerado urbano era estratégica: ficava às margens da Estrada Parque Contorno (EPCT), a DF-001, rodovia que contorna, num círculo completo, a área do Plano Piloto, seguindo o divisor de águas da Bacia do Paranoá. Em seguida, surgiram Sobradinho e Gama, em 1960. Importante citar que todas elas foram criadas a distância regulamentar do Plano Piloto (entre 25km e 30km para a Rodoviária). Até então, Brasília era uma cidade polinucleada — vários núcleos em redor de um núcleo central, como rezava o urbanismo moderno.

Com o fim do mandato de Juscelino, em janeiro de 1961, Brasília entrou num túnel de instabilidade política — entre 1960 e 1964, a cidade teve sete prefeitos nomeados, criaram-se CPIs (Comissões Parlamentares de Inquérito) para investigar as obras e nesse contexto cresceu o movimento para levar de volta ao Rio de Janeiro a máquina do Estado brasileiro. Ainda assim, constatou a pesquisadora, a migração continuou torrencial — dos 140 mil habitantes do fim de 1960, eles já eram quase o dobro em 1964, ano do golpe.

Instalado, o regime militar gostou da ideia de fazer de Brasília o seu quartel-general. Surgiu, então, uma política de consolidação da cidade acompanhada de forte repressão aos movimentos pela fixação dos assentamento. Na democracia e na ditadura, as ondas migratórias continuavam forçando as fronteiras do Plano Piloto. Com o surgimento do Guará, em 1969, colado ao Setor de Indústria e Abastecimento, estava definitivamente rompida a ideia de que Brasília era um arquipélago. Além de estar situado bem próximo ao Plano Piloto, o Guará também está encostado no SIA. A mancha urbana começava a tomar uma forma contínua.

Especulação
O surgimento do transporte de massa ligando Núcleo Bandeirante, Guará, Taguatinga e Ceilândia ao Plano Piloto, em meados da década de 1970 (Ceilândia havia surgido em 1971), aproximou as cidades e as margens das vias de ligação passaram a ser sedutores espaços para a construção de mais aglomerados urbanos. Ao mesmo tempo, a Estrada Parque Contorno facilitou o surgimento dos condomínios do Lago Sul, como ocorreu nas bordas da BR-020, da Estrutural e da Estrada Parque Taguatinga (EPTG).

A explosão urbana deu-se nos anos 80, quando o Distrito Federal já abrigava mais de 1 milhão de habitantes, com a criação de Samambaia, Riacho Fundo, Quadras Lucio Costa, Santa Maria, Recanto das Emas. Ao mesmo tempo, houve acentuada expansão urbana das cidades-satélites já existentes.

A pesquisadora registrou: “O comando local nas mãos de um só governante entre os anos de 1988 e 1994 [Joaquim Roriz] possibilitou a atuação de um insuperável fundador de assentamentos urbanos, criados na intenção de promoverem farta distribuição de lotes a famílias carentes, visando à formação de um curral eleitoral no âmbito da capital.”

A essa altura, o Plano Piloto já não mantinha a pureza de seu formato de avião. Espraiava-se “com a urbanização das grandes áreas circundantes, se alinhavando ao Setor de Indústria e Abastecimento e, a partir dele, integrando-se ao Guará I e II”, escreve Jusselma Duarte de Brito. As bordas da Estrada Parque Dom Bosco (EPDB) já alcançavam as margens da EPCT com o aparecimento transbordante dos condomínios. A pesquisadora observou que a mancha urbana registrada em 1986 “não ultrapassou as fronteiras externas do seu registro anterior. Cresceu por dentro, nos interstícios de assentamentos já estabelecidos”. Eram as cidades dizendo que queriam ficar mais próximas umas das outras.

» ENTREVISTA - JUSSELMA DUARTE DE BRITO

Se Brasília não é mais uma cidade polinucleada, o que, afinal, diferencia a capital do país das outras cidades nascidas ao modo tradicional?
O modelo de ocupação da cidade foi originalmente polinucleado e, nesse sentido, fugiu, intencionalmente, à lógica da cidade tradicional. O caminho de retorno que nos levou à configuração atual, muito mais próxima do modelo urbano conhecido, levou décadas para interligar a grande distância mantida entre o centro e a periferia.O que diferencia Brasília é que, na origem desse tecido rarefeito e polinucleado, herdado da urbanística inicial, está a intenção de manter sob controle rígido a ocupação da “cidade central”, o que gerou uma dinâmica particular de crescimento, adequadamente aclamada como representante de um urbanismo segregacionista. Se pensarmos na cidade como um todo, uma peculiaridade que podemos apontar em Brasília é o seu centro, o Plano Piloto, bastante diferente daquela localização que na maioria das cidades é tipicamente densa e verticalizada. Fora isso, o aglomerado vem se tornando cada vez mais interligado, bem diferente do que foi há pouco mais de 10 anos e mais distante ainda da cidade polinucleada dos anos inaugurais. Embora, do ponto de vista espacial, seu território espraiado ainda cause algum estranhamento aos habituados a urbanizações mais antigas, a tendência é que seu tecido se integre cada vez mais.

Brasília é cantada pelo seu planejamento urbano e arquitetura, mas o que se viu, ao longo do tempo, foi que ela se formou pela ação contínua da migração e da ocupação espontânea ou planejada. Teria sido esse o grande motor de consolidação da nova capital? É esse, afinal, o seu grande mérito?
Sem dúvida, a mudança da capital para o interior e sua capacidade urbanizadora superaram expectativas. Em meados do século 20, o centro do país registrava baixo índice de concentração urbana, totalmente alterado com a implantação de Brasília. E nada mais justo, e necessário, que dimensionar o papel daqueles que construíram de fato a cidade e aqui se instalaram (mesmo que nem tão bem recebidos assim). Ao tratarmos da evolução da ocupação de Brasília, é necessário promover uma leitura social do processo e entender que a cidade (como conceito, não somente Brasília) possui, essencialmente, uma dimensão política. A outra face do controle da ocupação informal em Brasília, que permeou de extremo a extremo a história urbanística da capital, deu origem a maior parte das cidades-satélites do aglomerado, ou seja, os movimentos sociais foram o motor da ocupação. E o que é Brasília hoje? O Plano Piloto (este, sim, objeto de plano urbanístico)? Não, a cidade real é uma metrópole.

Quando se esgotou o crescimento em arquipélago? Foi na década de 1970? É possível identificar a razão desse esgotamento?
Como concepção de modelagem de ocupação, o crescimento em arquipélago se esgotou após a escolha do sítio do Gama, ou seja, junto à inauguração de Brasília. A partir daí, guardando algumas particularidades de cada caso, todas as novas áreas urbanizadas surgiram próximas ou mesmo em tecido contínuo aos núcleos existentes. Não é difícil entender a razão disso. O que ocorreu em Brasília pertence à lógica urbana. O crescimento das cidades tende a se orientar pela rede de caminhos existentes e a se polarizar pela presença de infraestrutura. Entre outras questões, isso ocorre por razões técnicas; por outro lado, porque o crescimento contínuo sai mais em conta, permite a criação de corredores de transporte e uma melhor organização das atividades. Além disso, o tecido urbano já infraestruturado é atraente também para ocupações espontâneas. Áreas urbanizadas oferecem possibilidades de ligações clandestinas às redes de energia elétrica e água, e são mais permeadas por caminhos. Também em Brasília os assentamentos populares se entranharam em tecidos formais ou bordejaram caminhos para o centro urbano.

Os vazios de Brasília são um forte componente de seu urbanismo, ao mesmo tempo em que sugerem qualidade de vida e respeito ao meio ambiente. A senhora é contra eles?
Os vazios e as áreas verdes que você cita são típicos do projeto urbanístico do Plano Piloto e, nesse caso, não vejo risco de mudança drástica após o tombamento. A ocupação de interstícios da metrópole é outra questão e, nesse caso, acredito ser este o melhor viés. Pior seria alastrar os limites da cidade, distanciar ainda mais sua população do centro urbano (e de empregos) e tornar o processo de urbanização ainda mais caro e impactante.

Como lidar com a feroz especulação imobiliária?
Essa questão é bastante complexa e não é peculiar a Brasília. Quanto mais os domínios das cidades são disputados, mais complicada é a questão e o papel do Estado nesse controle. No caso de Brasília, vejo duas particularidades: por um lado, uma grave sobreposição entre a atividade política e a posse das terras da capital não foi nada saudável para a cidade. Por outro, e agravando-se pelas razões citadas, o acesso ao seu território e à sua infraestrutura não foi, historicamente, nem um pouco democrático. Brasília continuará crescendo e sendo objeto de pressão, e o caminho menos adequado é desconsiderar as demandas reais. Caso as respostas não venham a tempo pelos meios oficiais, além dos valores imobiliários inalcançáveis pela maior parte da população que testemunhamos, os parcelamentos informais continuarão ocorrendo e, para evitar a fiscalização, serão ainda mais distantes dos fronteiras urbanas que conhecemos hoje.

Por que a senhora diz que Brasília não é uma cidade planejada e sim desenhada?
O Plano Piloto — e vamos considerar que ele hoje representa apenas uma pequena parcela da metrópole — foi objeto de projeto urbanístico, ou seja, desenho estabelecendo o ordenamento físico de suas funções e que muito bem representa o pensamento modernista dominante na década de 1950. No caso de Brasília, não é adequado falarmos em processo de urbanização planejado. Planejamento urbano envolve várias disciplinas, lida com aspectos técnicos e políticos relacionados ao uso do espaço, estratégias de desenvolvimento, em escala regional, inclusive.

Dentro e fora

A década de 1990 é forçada a prestar atenção a uma demanda imobiliária represada: a da classe média. O crescimento desse mercado deu-se com a ajuda da Estrada Parque Contorno. Quem tinha carro podia morar longe, bastava pegar a EPCT para ter acesso ao percurso casa-trabalho-trabalho-casa. A ocupação planejada e a espontânea cresciam simultaneamente. Ao mesmo tempo, a região do Entorno registrava crescimento ainda maior que Brasília. Entre o fim dos anos 90 e o começo de 2000, surgiram expansões no Guará, em Ceilândia e em Samambaia.

As duas últimas décadas do século 20 “foram suficientes para mais que duplicar o total de terras ocupadas do quadrilátero de Brasília, transformadas em novas cidades por ocupações conduzidas pelo governo local ou em loteamentos privados.” O crescimento foi, ao mesmo tempo, para dentro e para fora e fortemente inclinado para o Sudoeste. Onde, afinal, Brasília nasceu — na Fazenda do Gama, na Cidade Livre, em Taguatinga. De pouco adiantou a guerra à ocupação desarvorada, movimento que ganhou força a partir de 1995, tanto na opinião pública quanto nas ações de fiscalização e regularização fundiária. “A mancha urbana seguiu crescendo com incrível velocidade também pelo arranjo fortuito de loteamentos privados.”

Ao chegar às conclusões de sua extensa e minuciosa pesquisa, a pesquisadora Jusselma Brito destacou um trecho de um texto de Oscar Niemeyer, publicado no Correio Braziliense de 27 de agosto de 2008. Diz o arquiteto: “Minha ideia era voltar um pouco ao passado, lamentar que a proposta de uma cidade menor não tivesse sido adotada, e, para ser coerente, reclamar dos que pretendem aumentá-la ainda mais, multiplicando os problemas dessa cidade que, a meu ver, podia ser mais simples, como uma flor pousada naquela terra agreste e abandonada…”.

Jusselma faz parte do time de arquitetos que considera a capital do país muito mais que um Plano Piloto, sendo preciso adensá-la para facilitar a vida de quem não pode morar perto da área central. “A sede da capital brasileira não pode ser entendida apenas como palco das decisões políticas e administrativas do país”, avalia. Se, diz a arquiteta, o descomunal crescimento de Brasília “é símbolo de concentração de riquezas”, ele, ao mesmo tempo, se traduz em “grande pressão demográfica sobre serviços públicos e terra”.

De nada vale, defende a arquiteta, “o controle acirrado do solo urbano se não forem oferecidas opções adequadas de expansão.” É preciso, destaca, “democratizar o acesso à cidade e solucionar problemas acumulados, o que inclui uma expansão mais igualitária da infraestrutura urbana.”

Na internet

» Para acompanhar a apresentação em power point da da tese do doutorado, basta acessar
http://stat.correioweb.com.br/cbonline/ 2010_07/PLANO. ppt

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