sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Águas Claras: Moradores querem, mas não conseguem usar transporte público


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A cidade tem alta densidade populacional, mas o transporte público não consegue dar vazão ao fluxo de moradores. Para quem utiliza carro, os engarrafamentos são um problema diário.

A 20ª Região Administrativa do DF começou a ser construída na década de 90 e não parou mais. Águas Claras é um dos maiores canteiros de obras do país, uma cidade com 180 mil moradores e prédios que alcançam até 28 andares. A principal via de acesso é pela EPTG, que fica congestionada nos horários de pico. A alternativa para fugir dos engarrafamentos é o metrô, que tem 43 quilômetros de linha e corta a cidade. Esse é o meio de transporte para 150 mil pessoas, a exemplo do funcionário público Rudimar Balen. Ele sai de casa para o trabalho às 8h. A equipe do Bom Dia DF embarcou com ele. “Já combinei para chegar mais tarde no trabalho porque é um horário que o metrô está menos cheio. Minha esposa, que trabalha mais cedo, deixou de usar o metrô por causa da superlotação”, conta. Outros passageiros fazem coro com as reclamações de Rudimar. 

“Todo dia a gente leva encoxada, fico segurando a bolsa, não consigo nem respirar direito”, diz a jornalista Helena de Almeida Hirber. “Se a pessoa está com pressa, força a barra e entra. E vamos todos feito lata de sardinha. Já vi muita discussão”, relata o técnico administrativo Jaron Zago. As pessoas que preferem usar o transporte público para trabalhar no Plano Piloto enfrentam outro desafio. Quem faz a opção pelo metrô e mora longe acaba indo de carro até a estação. Só que depois das 8h, é muito difícil encontrar uma vaga para estacionar. Além da rua, os motoristas disputam espaço num terreno que fica em frente à estação. “A pessoa chega, não encontra vaga, fica rodando e acaba seguindo com o carro até o destino”, diz a professora Tereza Leão. De acordo com o especialista em transporte público Arthur Moraes, que pesquisa o tema há 17 anos, é preciso construir corredores exclusivos para coletivos e a ampliar a integração metrô-ônibus. “É preciso ter integração. Hoje, sem a integração, se a pessoa tiver que pegar dois ônibus, é mais barato ir de carro”, afirma. Nestas eleições, a possibilidade de mudança também está nas mãos dos 24 mil de Águas Claras, que vão levar para as urnas a esperança de um futuro melhor. “O grande desafio do novo governante é investir no transporte público. Hoje a gente vê viadutos sendo construídos e rodovias sendo ampliadas para que mais automóveis cheguem ao Plano Piloto. E no Plano Piloto, onde vão ser estacionados esses automóveis?”, ressalta Rudimar. Reportagem: Flávia Marsola Imagens: Rafael Sobrinho Produção: Stephanie Alves 

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