quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Custo de vida empurra migrantes para cidades do Entorno

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Estudo do IPEA mostra que o fluxo de migração se inverteu: tem mais gente saindo do DF do que vindo para a cidade. O alto custo de vida tem levado as pessoas principalmente para o Entorno.

Os migrantes têm mais estudo do que no passado. 20% dos que migraram para a região Centro Oeste entre 2003 e 2008 cursou o primeiro ano de universidade. Em 1995, esse índice era apenas de 4%. 55% são trabalhadores informais, mais que a média brasileira.

A costureira Alda Gomes é conhecida no Pedregal, para onde se mudou há seis anos. Na cidade, comprou máquinas, contratou ajudantes e conseguiu muito serviço. Sucesso que ela não conseguiu durante os 20 anos que morou no Gama. A paulista veio para o DF em 1985 com dois filhos. “Brasília foi uma ilusão. Tenho conta bancária, limite legal, cheque especial, lá não tinha nada disso”, conta.

As cidades goianas do Entorno são as mais procuradas por quem deixa o Distrito Federal para viver em outro lugar - e não é pouca gente. Em 2008, 58 mil pessoas se mudaram para Goiás, três vezes mais do que o número de moradores daqui que foram para o DF.

“O quadrilátero no DF está cada vez mais caro, cada vez mais difícil morar aqui dentro. As pessoas saem porque é mais barato morar no Entorno”, explica o pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada Herton Ellery Araújo.

O fluxo da migração se inverteu a partir de 2001. Só da Paraíba, por exemplo, vieram três mil pessoas em 2008, mas quase seis mil foram pra lá. “Sempre tem percentual de pessoas que vem, consegue renda, mas não gosta da qualidade de vida e prefere voltar”, afirma o pesquisador.

De acordo com o IPEA, é considerado também o percentual de migrantes que, depois de conseguir uma renda melhor aqui no DF, acaba voltando para o estado de origem.

Renata Feldmann / Edvaldo Lachu

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