sábado, 29 de maio de 2010

Governo prevê que em agosto o projeto Beira Lago estará pronto para receber os estabelecimentos comerciais




Ariadne Sakkis
Publicação: 29/05/2010 07:52 - Correio Braziliense

Falta pouco para o projeto Beira Lago se tornar um novo centro de lazer e gastronomia às margens do Lago Paranoá, à direita da via de acesso à Ponte JK, no sentido Plano Piloto/Lago Sul. O setor enfrenta problemas de infraestrutura devido ao atraso de seis meses na conclusão das obras de urbanismo. Com um total de 43 terrenos de 500 metros quadrados vendidos, apenas quatro restaurantes estão funcionando. “Hoje, oferecemos em torno de 500 empregos diretos. Quando o projeto estiver concretizado e o comércio completamente instalado, poderemos criar entre 4 e 5 mil postos de trabalho diretos. Isso sem falar nos indiretos”, afirma Luiz César Barreto, presidente da Associação de Empresários do Centro de Lazer Beira Lago.

As chuvas no fim de 2009 e início deste ano atrasaram os trabalhos, que foram retomados em ritmo mais acelerado com a estiagem - (Adauto Cruz/CB/D.A Press )
As chuvas no fim de 2009 e início deste ano atrasaram os trabalhos, que foram retomados em ritmo mais acelerado com a estiagem
A construção do calçadão, do parque infantil, da fonte luminosa e a execução do projeto de paisagismo começaram em agosto do ano passado e a previsão era que a estrutura estivesse pronta em dezembro. O governo atribui o atraso ao excesso das chuvas. “Não foi possível continuar os trabalhos, especialmente a parte fundiária, no mesmo ritmo com o terreno tão úmido”, explica Aires Soares, assessor da Secretaria de Obras. O contrato com a empresa que venceu a licitação, a Vale do Ipê, termina em agosto. A estimativa do Projeto Orla, que engloba o Beira Lago e a revitalização das áreas às margens do Lago Paranoá, é de que o trabalho, que custou R$ 2,110 milhões, seja concluído em dois meses. “Com as melhorias no local, a tendência é de que o centro se consolide cada vez mais, atraindo mais público e empresários”, avalia Carvalho, gerente do Projeto Orla.

A expectativa de aumento de movimento no Beira Lago significa que a demanda por estacionamentos também crescerá. A projeção é motivo de preocupação para quem trabalha no local. “Por enquanto, é fácil estacionar, o que é uma comodidade que atrai as pessoas. Aqui, não tem a loucura das quadras comerciais do centro da cidade. Mas, no futuro, com certeza teremos problemas”, prevê Gustavo Martins, proprietário do restaurante Triplex, aberto há nove meses. “Quando o Mangai (restaurante do local) fica lotado, já é um transtorno. Ali cabem mil pessoas”, diz Luiz César Barreto.

Às queixas dos comerciantes, o governo apresentou a proposta de construir um bolsão de estacionamento no terreno hoje ocupado irregularmente pelo Clube de Golfe. O projeto está sendo desenvolvido pela Novacap e ainda não há informações sobre quantas vagas poderão ser criadas. “O acesso será por uma via que passa debaixo da ponte”, completa o assessor da Secretaria de Obras, Aires Soares. Segundo ele, a obra ainda não foi licitada, mas estava orçada em R$ 670 mil no ano passado.

Valorização
Quem acreditou no potencial da área e comprou os terrenos logo no início das vendas, em 1992, hoje não tem do que se arrepender. Em 2002, um lote custava, em média, R$ 300 mil. Hoje, oito anos depois, o mesmo espaço valorizou em 566% e pode chegar a custar R$ 2 milhões. O aluguel de uma loja de 200 metros quadrados também não é para qualquer um: R$ 10 mil.

Os preços refletem o tipo de estabelecimento que deve optar pelo espaço. Mas não é só uma questão financeira. “No mundo todo, as cidades são voltadas para onde tem água. Mar, rio, lago são explorados cultural e economicamente. Mas Brasília não tem esse hábito e é o que estamos tentando criar”, diz Heleno Carvalho. São muitos valores agregados ao espaço: qualidade de vida, saúde, bem-estar, privacidade, vista privilegiada da Ponte JK. Proposta ideal para casas como o Bendito Suco, notório palácio da comida saudável e orgânica que vem badalando a 413 Norte. No próximo dia 12, o Bendito Suco Orla abre suas portas no Beira Lago. Com capacidade para 300 pessoas, o empreendimento garantirá 60 empregos diretos. “Tem tudo a ver com saúde, bem estar, esporte. É o lugar perfeito para a casa e vai nos ajudar a espalhar nosso público. Hoje, estamos sobrecarregados”, conta Regina Parreira, uma das donas do restaurante. Além da casa de sucos, mais dois restaurantes, um fondue e um boteco alemão devem abrir as portas no próximo mês.

Mudança de planos
O Projeto Orla foi criado em 1995, por meio da Lei Distrital nº 971, de autoria do atual deputado federal Rodrigo Rollemberg (PSB). A ideia é criar 11 polos culturais com píeres, restaurantes e quiosques para democratizar o acesso ao Lago Paranoá. O projeto foi lançado no governo de Cristovam Buarque e até agora pouca coisa saiu do papel. O complexo Beira Lago, próximo à Ponte JK, constava como o Polo 6, mas não previa exatamente um espaço gastronômico. No plano original, o objetivo era atender às necessidades cotidianas da população vizinha à área, com comércio de pequeno e médio porte, além de centros de lazer com casas de espetáculos e uma marina.

O número
R$ 2,110 milhões
Valor orçado para o Beira Lago, que integra o projeto de revitalização da orla do Paranoá

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